Cigarreiras próximas a escola em São Gonçalo do Amarante levam perigo à unidade de ensino ...

Por Alex Costa, do DIÁRIO DE NATAL

Queixa, insatisfação e medo. Este é o clima que vivem pais, alunos e professores da Escola Municipal Vicente de França Monte, no bairro do Amarante, município de São Gonçalo do Amarante. A razão são as várias cigarreiras, erguidas de forma irregular na calçada lateral da escola, onde são vendidas bebidas alcoólicas e cigarros. Além disso, existem denúncias de que também existe tráfico de drogas ao redor dos estabelecimentos.

Um pai e morador do bairro mostrou-se indignado com a situação e conta que já presenciou inclusive casos de mortes por assassinato no local. "É clássico haver esse tipo de morte por essas imediações. Sem contar que, quando chega na sexta-feira, às 5h da tarde começa o som alto e a prostituição. É lamentável, pois atrapalha o funcionamento normal das aulas, além de incitar os estudantes a irem lá", afirmou. Em um dos estabelecimentos, a equipe de reportagem do Diário de Natal entrevistou uma proprietária que não quis se identificar, que garantiu não vender bebidas alcoólicas para menores, mas que confessou que também não pede identificação aos clientes.

Aulas

A diretora da escola Maria Gorete dos Santos, 47, reclama da falta de estrutura das cigarreiras e confirma que o bom desenrolar das aulas está sendo prejudicado com todos esses fatores adversos. "Os pais reclamam bastante e sempre pediram para que a direção procurasse resolver junto à prefeitura. Como assumi recentemente, já procurei a prefeitura, que respondeu favorável e prometeu cumprir com as obrigações", colocou a diretora.

Prefeitura

Contatada, a prefeitura de São Gonçalo do Amarante afirmou já ter viabilizado a retirada das cigarreiras do local. "Em 30 dias os estabelecimentos serão removidos. Estamos preparando novos quiosques, ao lado da subestação de energia de Igapó, onde funcionará apenas o comércio de artesanato e lanches. Não será permitida a venda de bebidas alcoólicas no local", garantiu o secretário de infraestrutura, Diogo Henrique dos Santos. O prazo para a entrega dos quiosques está previsto para o final do mês de abril.

O procurador de São Gonçalo do Amarante, Leonardo Brad, disse que o processo administrativo já está em andamento. Mesmo irregulares, os proprietários da cigarreiras que não quiserem deixar de vender bebidas alcoólicas receberão uma indenização e deverão abrir o estabelecimento em outro local. Os que aceitarem a condição, ganharão um quiosque e poderão vender lanches. "Parte deles aceitou. São 18 estabelecimentos irregulares nas imediações da escola e todos eles serão removidos", disse o promotor.

Transferência

Moradores da rua do bairro do Amarante para onde serão transferidas as cigarreiras não gostaram da ideia. Segundo o presidente fiscal do conselho comunitário, Clodoaldo Ribeiro, 45, a idéia inicial da prefeitura era de se fazer uma feirinha de artesanato apenas, e não a transferência. "Acho um absurdo. Com aquelas pessoas aqui a rua ficará barulhenta, sem contar que o perigo que hoje acontece ali virá todo para esse lado aqui", afirmou.



Fonte: Diário de Natal
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