Policiais continuam paralisação...

A quinta-feira foi mais um dia de protestos por parte do Sindicato de Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol). A greve da categoria deflagrada na terça-feira passada ainda não encontrou diálogo por parte da governadora Rosalba Ciarlini. Se depender dos servidores, a chefe do Executivo não terá trégua até que tenha início uma negociação.
No final da manhã de ontem, uma carreata tomou conta das principais vias da cidade com direção ao Centro Administrativo. O buzinaço e o protesto dos policiais não cessariam até um contato com Rosalba. Na pauta, o foco era o cumprimento da Lei Complementar 417, referente ao enquadramento nos níveis de carreiras de 1.102 agentes de Policia e 142 escrivães.

O diretor do Sinpol, Djair Oliveira, esclareceu que as movimentações da categoria irão permanecer onde estiver a governadora até que se possa sentar e discutir uma saída para a situação de greve.

“Não temos nenhuma perspectiva de diálogo com o Governo. A população está saindo prejudicada por não estar podendo sequer registrar um boletim de ocorrência. Mas isto é escolha de Rosalba, que não nos dá a opção da negociação”, argumentou Oliveira.

O Sinpol esteve na quarta-feira passada na frente do Tribunal de Justiça, onde também realizava um protesto. “O Governo vai ter que devolver o dinheiro dos juízes. Porque não negociam conosco? É uma falta de respeito”, esbravejava o diretor Djair no microfone ligado a uma grande caixa de som.

Ele também chamou atenção para o fato de os delegados terem tido as reivindicações e os aumentos consolidados, enquanto os agentes foram desprezados. “Eu sou do tempo em que um coronel da PM ganhava mais do que um delegado. Hoje em dia está mais difícil. Delegados recebem mais de R$ 17 mil, sem contar com gratificações”, declarou Oliveira.

Exoneração

O Sinpol não quis comentar a saída do delegado-geral Ronaldo Gomes, publicada ontem no Diário Oficial. O diretor do sindicato, Djair Oliveira, não acredita na possibilidade de que Ronaldo tenha saído em virtude da paralisação. “O sindicato não tem nada a declarar quanto a saída de Ronaldo. Apenas iremos exigir a nomeação de uma pessoa capacitada e engajada em resolver os problemas da Polícia Civil”, resumiu.

A exoneração de Ronaldo Gomes de Moraes do cargo de delegado geral de Polícia Civil (Degepol) foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial do Estado (DOE). A saída se deu - segundo informações oficiais - a pedido do próprio delegado.

Clima tenso entre governo do Estado e Sinpol

Durante a mobilização dos policiais civis ontem pela manhã na Governadoria, houve momentos de tensão. Segundo a diretoria do Sinpol, policiais militares que fazem a guarda da área ameaçaram impedir a manifestação. Por causa do ocorrido, Vilma Marinho concedeu entrevista à imprensa, cujas imagens foram para na internet. Na entrevista, Vilma Marinho disse na íntegra: “Nós somos uma categoria armada... nenhum policial civil vai aceitar um desrespeito de vir outra polícia tentar nos tirar daqui. Nós somos tão bons quanto a Policia Militar. A gente não vai sair. vamos resistir enquanto tiver um vivo, vamos resistir”

No início da noite de ontem, a Assessoria de Comunicação do Governo do Estado enviou texto à imprensa, onde o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso, comentava as palavras da sindicalista. Pelo texto, o chefe do gabinete civil declarou ser desnecessária a atitude “agressiva , perseguidoras e ameaçadora” dos manifestantes da Polícia Civil. “Reprovamos a agressividade e as ameaças. O governo tem encarado os movimentos reivindicatórios com toda tranqüilidade, inclusive sempre recebi o Sinpol nas vezes em que fui solicitado. Não é dessa forma que se constrói o diálogo”, disse.


Fonte: Tribuna do Norte
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