149 dias de pesadelo...

Depois de 149 dias detida injustamente no presídio de Parnamirim, acusada de tráfico de drogas, Maria Elayne Soares Fonseca da Silva, 19 anos, foi libertada no final da tarde de ontem. Infelizmente o caso de Elayne não é o único no Rio Grande do Norte. Toda semana a Defensoria Pública do Estado atende familiares de pessoas que se encontram na mesma situação por terem sido presas erroneamente pelas autoridades.

O drama de Elayne e da família começou no dia 10 de julho quando a jovem passava pela rua onde mora quando foi abordada por policiais militares que tinham ido atender a uma ocorrência de uma suposta agressão física souberam de um local onde seria uma "boca de fumo". A droga foi encontrada nos dois imóveis denunciados, porém a dona da casa havia fugido e os policiais levaram Elayne como acusada pelo crime de tráfico de drogas.

O caso vem à tona depois que o ex-mecânico Marcos Mariano da Silva, preso por engano em Pernambuco durante 19 anos, morreu vítima de infartoapós receber a notícia de que o recurso impetrado pelo estado para não pagar a indenização milionária a que tinha direito havia sido negado pela Justiça.

Diferente de Marcos, Elayne garante que não pretende entrar com uma ação na justiça para ser indenizada pelo erro cometido pelas autoridades policiais. "Não quero entrar com ação alguma. Só desejava minha liberdade e isso já tenho. Quero viver em paz para trabalhar e criar meu filho", ressalta Elayne.

No período em que ficou detida, a empregada doméstica tentou suicídio duas vezes ao cortar o braço e os pulsos com uma lâmina. Por sorte e atenção das detentas, Elayne foi socorrida a tempo. "O desespero tomou conta dela por ter sido separada do filho de apenas um ano", conta a mãe Eliene Soares da Silva.

Como a família não tinha condições de pagar os honorários de um advogado, a mãe de Elayne resolveu procurar a Defensoria Pública no dia seguinte à prisão da filha. Três dias depois uma defensora tomou conhecimento do caso e entrou com o pedido de soltura da jovem que foi negado pela Justiça poucos dias após a prisão de Elayne. O julgamento do caso da jovem foi realizado na segunda-feira, porém devido aos trâmite burocrático que o alvará de soltura tem que passar a jovem somente foi liberada ontem.

Quando a equipe do Diário de Natal conseguiu falar com a jovem, por volta das 17h30, ela havia sido liberada e estava acompanhada da mãe aguardando o ônibus para voltar à sua casa no conjunto Alto da Torre, Zona Norte de Natal. "Quero ver meu filho. Estou com muita saudade", declarou.



Fonte: Diário de Natal
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