A
agência do Banco do Brasil de Baraúna, cidade distante 36km de Mossoró,
foi roubada durante a madrugada de ontem por uma quadrilha fortemente
armada. Enquanto uma parte explodia o prédio e roubava o cofre da
agência, outro grupo foi ao Pelotão da Polícia Militar e metralhou a
fachada. Os bandidos usaram armamento de grosso calibre. No prédio havia
apenas três policiais, que apenas se protegeram e não tiveram condição
de reagir. Até ontem à tarde, ninguém havia sido capturado.
De acordo com o delegado Márcio
Lemos, a ação dos bandidos começou por volta da meia-noite de ontem. A
quadrilha estava dividida em dois carros, sendo um pequeno e outro
maior, estilo picape de luxo. Uma parte do grupo foi direto para agência
do Banco do Brasil. Eles usaram explosivos e conseguiram destruir boa
parte do prédio. A intenção da quadrilha era levar o cofre, enquanto os
caixas eletrônicos da agência ficaram intactos. Enquanto isso, uma outra
parte da quadrilha se deslocou para a sede do Pelotão da Polícia
Militar, onde haviam apenas três PMs, todos dentro do prédio.
Segundo o comandante do Segundo
Batalhão de Polícia Militar de Mossoró e responsável direto pela PM em
Baraúna, major Correia Lima, os três policiais não tiveram a menor
condição de reagir ao ataque dos criminosos. Os bandidos efetuaram
vários disparos contra a fachada do prédio, impedindo qualquer tipo de
reação da pequena equipe que estava na cidade. Entre as armas usadas
estava um fuzil 556, de alto poder de destruição. "Você sendo metralhado
em uma delegacia, a única coisa a fazer é se homiziar", destacou,
reconhecendo a impossibilidade de resposta naquela circunstância.
A ação dos bandidos foi rápida e
em poucos minutos eles conseguiram sair da cidade, levando consigo o
cofre do Banco do Brasil de Baraúna, deixando para trás os caixas
eletrônicos do banco, todos intactos em meio à destruição. O valor
subtraído pela quadrilha não havia sido informado pela gerência do
estabelecimento bancário até o fim da tarde de ontem, segundo o delegado
Márcio Lemos, responsável pela investigação, juntamente com os
delegados Claiton Pinho e Odilon Teodósio, que respondem pela delegacia
regional de Mossoró e Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE).
PM envia reforço para ajudar nas buscas
As
buscas pelos criminosos estão sendo realizadas por aproximadamente 20
integrantes da Polícia Militar de Mossoró e de Baraúna. O reforço foi
mandado à cidade minutos após o fuzilamento do Pelotão da PM no
município. Apesar do esforço, ninguém havia sido localizado até o fim da
tarde de ontem. Mesmo assim, o comando local da Polícia Militar
garantiu que as buscas continuariam durante a madrugada.
Segundo o major Correia Lima,
comandante do II BPM de Mossoró, responsável direto pela corporação em
Baraúna, o reforço enviado logo após a ousada ação dos bandidos
permaneceria na cidade pelo menos durante a noite de ontem. A intenção,
segundo o oficial da PM, é manter uma equipe no local para a
possibilidade de chegarem informações sobre o paradeiro dos criminosos.
Explosão e tiros no meio da madrugada assustam moradores
O
barulho provocado pelos tiros e pela forte explosão que destruiu boa
parte do prédio do Banco do Brasil de Baraúna pegou moradores de
surpresa, amedrontando todos que moravam próximo ao prédio do banco e do
Pelotão da Polícia.
Até quem não morava próximo ao
local da confusão ouviu o barulho e se assustou, como o trabalhador
rural Valmir Dantas, de 42 anos. "Ouvi só os estrondos e tiros, próximo
da 1h da madrugada. A cidade ficou muito agitada. A gente fica com medo
devido ao clima de insegurança. Moro longe e mesmo assim deu para
escutar tudo", disse o morador.
O desempregado Paulo de
Oliveira, de 22 anos, lembra que sua primeira reação foi se proteger,
junto com seus familiares, dentro de casa. "Foram duas explosões, todo
mundo lá em casa já estava dormindo, acordamos com o barulho da primeira
explosão. Corri com minha mãe e minha prima, para a cozinha e fiquei
embaixo da mesa", relembra o jovem.
"Depois ouvi muitos gritos, mas
não dava para entender muito o que eles falavam, só muitas gírias,
também ouvimos muitos tiros. Só saímos depois de 1h, e a rua já estava
cheia de curiosos. Antes de dormir não percebemos nada de estranho na
rua", acrescenta.
O agricultor Francisco
Orisvaldo, de 22 anos, está amedrontado e teme que ações como essa
voltem a se repetir devido à fragilidade do sistema de segurança em sua
cidade. "Estava acordado, na primeira explosão, fui para o quintal de
casa, soube que eles renderam o guarda noturno que faz a ronda aqui na
rua. Estamos sujeitos a passar por isso de novo, porque não tem
segurança", reclama. A aposentada Luzia Anchieta mora vizinho ao prédio
do Pelotão da PM de Baraúna. Ela conta que ouviu os inúmeros disparos e
que não teve coragem de sair de sua casa, mesmo após o cessar fogo do
bando. "Não me levantei para ver o que estava acontecendo", fala.
FONTE: Cabo Heronides