Ex-secretário afirma que deixou pronto decreto de calamidade no sistema penitenciário...


Publicação: 23 de Julho de 2012 às 11:26
 
O ex-secretário estadual de Justiça e Cidadania, Fábio Hollanda, afirma que, em 60 dias à frente da Sejuc, deixou pronto um documento para que fosse decretado estado de calamidade no sistema penitenciário do Rio Grande do Norte. O advogado afirmou que diversos fatores já justificam o decreto. "Havia presos sem ver o sol há um ano e dois meses", garantiu.

Nomeado para substituir Thiago Cortez no comando da pasta, Fábio Hollanda definiu o momento da Sejuc como "de absoluto caos". Os altos custos para a manutenção dos presos (R$ 4.950 por detento), a falta de agentes penitenciários suficientes e a ausência de uma política de compras que "fosse compatível com o momento de transparência e responsabilidade fiscal" foram alguns dos fatores que fizeram com que o secretário acreditasse na necessidade da decretação de calamidade.
Fábio Hollanda diz que havia presos sem ver o sol há um ano e dois meses
"Na Sejuc, quando eu cheguei, se fazia compra de alimentos para depois fazer a justificativa da compra emergencial. precisávamos de celeridade em algumas medidas e do repasse de recursos de maneira urgente, o que só seria possível através com o decreto", disse Fábio Hollanda, que não sabe os motivos pelos quais não ocorreu a publicação da medida.

Além do documento para o decreto de calamidade no sistema penitenciário, Fábio Hollanda também explicou que havia dado andamento a um Termo de Ajustameto de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público que permitiria a contratação de novos agentes penitenciários sem que houvesse a responsabilização dos gestores caso a medida onerasse a folha de forma que extrapolasse os limites de gastos com pessoal impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

"Fizemos a prorrogação da validade do concurso dos agentes penitenciários. Deixamos esses outros dois procedimentos (TAC e decreto de calamidade) assinados e não sei o porquê de ainda não terem sido tomadas providências nesse sentido", disse.

#SAIBAMAIS#Fábio Hollanda também disse que estudava implantar uma co-gestão em Alcaçuz, com a contratação de uma empresa privada atuando sob a supervisão da Sejuc e ao lado de agentes penitenciários, assim como ocorre em alguns estados brasileiros - apesar de haver o questionamento sobre a legalidade da medida. A contratação teria o objetivo de permitir que mais agentes pudessem ser deslocados para outras unidades prisionais.

"Caso ocorresse essa contratação, poderíamos diminuir o custo de cada preso de R$ 4.950 para 2.950. O valor atual gasto com cada preso equivale a o de dez alunos da rede pública", afirmou.

Apesar de fazer elogios à postura da governadora Rosalba Ciarlini durante o período em que esteve à frente da Sejuc, Fábio Hollanda acusou o Governo agir por influência da imprensa nacional. "Espero que não precise sair uma reportagem investigativa a nível nacional para que o Governo tome providências", disparou.
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