PM REAGE COM TIRO NO PÉ DE SUSPEITO COM FACA E É PRESO...


Na ocorrência abaixo, algo está mal explicado e pouco claro: como um policial militar que disparou apenas um tiro em uma região do corpo do suspeito que não gera risco de perder a vida (no pé) é preso por lesão corporal, considerando o porte de arma branca do suspeito que admitiu ter “apontado a faca” para o policial? Se casos do tipo tornarem-se moda (confirmando a versão narrada pela imprensa), não haverá mais policial disposto a ir às ruas.

Leia com detalhes a ocorência:
Policial atende ocorrência e acaba preso
As viaturas que trabalham no pelotão da cidade de Santana do Paraíso atenderam no último sábado (19), por volta das 16hs, uma ocorrência na Rua Expedito Martins, no Bairro Industrial, envolvendo a briga de um casal. Alguns minutos depois que chegaram ao local, emitiram um sinal de prioridade para outras viaturas, avisando que estavam com dificuldades. Quando o reforço chegou, Jacson Ramos Sales (20), o esposo acusado de agressão, havia levado um tiro no pé, e os outros familiares dele estavam com os ânimos exaltados contra um dos policiais.
Quando as duas primeiras viaturas chegaram ao local encontraram a seguinte situação. Era uma casa de dois andares. No primeiro, moram Jacson e sua esposa, Jéssica Abranches (19). Já no andar de cima moram os pais de Jackson. Quando a PM chegou, Jacson estava na casa de seus pais, com seus filhos. Jéssica estava embaixo, sozinha. 
A PM conversou primeiro com Jacson, que estava bastante alterado. Ele, respondendo sobre as informações de ameaças dele a esposa, afirmou que não deixaria que Jéssica fosse embora com seus filhos. Após colher esta primeira versão, os policiais desceram para conversar com a esposa, momento em que Jacson veio atrás. 
Enquanto Jéssica estava na varanda conversando com os policiais, seu esposo estava no quarto, mexendo constantemente em sua cintura. Quando os policiais informaram ao casal que seria feita uma ocorrência e que os dois seriam encaminhados para a delegacia, ele levantou a blusa, mostrando uma faca, e ameaçou a esposa, dizendo que, caso ela saísse de casa, quando voltasse, ele a cortaria em vários pedaços. 
Os policiais o advertiram e pediram que entregasse a faca. De dentro do quarto, Jacson teria sacado a faca e apontado para um policial. O soldado sacou sua arma em seguida, estando à porta do quarto, e pediu para que o esposo largasse o objeto. Ao invés de obedecer à ordem, ele teria partido em direção ao policial. Com uma Taurus calibre. 40, o policial se defendeu, efetuando um único disparo no pé de Jacson, que, ferido, largou a faca. Em seguida, ele foi imobilizado e algemado. 
Após o tiro, Jhonathas Fidélis Ramos Sales (23), irmão de Jacson e outros parentes partiram contra os policiais, tentando soltar o preso; momento em que os policiais pediram apoio. Na confusão, Jhonathas ameaçou o policial de morte com as seguintes palavras: “Vou te matar policial, você atirou no meu irmão, agora eu vou te matar”, afirmou o soldado. 
Após a chegada do apoio, a confusão foi controlada. Jacson, em um primeiro depoimento, afirmou que foi a sua mãe, moradora do andar de cima, que solicitou ajuda da polícia, e que sacou a faca após o policial ter apontado a arma para ele. Antes, ele só havia mostrado a faca na cintura. Ele disse também que não teria partido em direção ao policial, apenas apontado a faca. Esta versão foi contada pela esposa, pelo irmão e pela mãe de Jacson, de acordo com o B.O, que destoa da versão contada pelo policial e abre dúvidas sobre a necessidade do tiro.
Jacson foi atendido no Hospital Márcio Cunha e liberado. A arma usada pelo PM pertence à PMMG e foi apreendida.
Jacson e Jhonathas foram autuados como autores e foram presos. Já o soldado que atirou foi preso em flagrante por lesão corporal.
O delegado João Luiz autuou Jacson na Lei Maria da Penha, ratificou-se o flagrante, mas, como a Lei dá abertura ao pagamento de fiança, que foi paga, ele aguardará o julgamento em liberdade.




Fonte: Cabo Heronides 
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