Jogar sujeira do sistema prisional pra debaixo do tapete não é legal...


Foto: Thyago Macedo

O sistema penitenciário do Rio Grande do Norte vive em condições degradantes há muitos anos e, cada dia que passa, a coisa fica pior. Os servidores públicos que trabalham nas unidades, como agentes e policiais militares, reclamam quase que diariamente das condições sub-humanas, porém, algumas autoridades preferem esconder a sujeira debaixo do tapete.
Recentemente, o coordenador da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte, o major Castelo Branco, estabeleceu para os diretores de penitenciárias e Centro de Detenções Provisórias evitarem da imprensa ou até mesmo servidores fazerem imagens do interior das unidades prisionais.
Não sei o que o senhor diretor da Coape quer esconder e motivo pelo qual fez isso. Trabalho na área policial há seis anos e conheço a maioria dos jornalistas desse segmento. Sempre vi que a imprensa potiguar busca apoiar os servidores do sistema penitenciário, denunciando irregularidades, como forma de buscar sempre melhorias para o setor.
Acredito que mostrar a verdade e a sujeira é a única forma de se conseguir mudar essa triste realidade. Dia desses, o jornalista Sérgio Costa e eu divulgamos aqui no Portal BO um vídeo em que presos apareciam cheirando cocaína e falando livremente ao celular no pátio do Presídio Estadual de Parnamirim.
Liguei para o major Castelo Branco, e, para minha surpresa, ele se mostrou indignado por um servidor de dentro do presídio ter nos fornecido as imagens. Para minha surpresa ainda maior, o diretor da Coape chegou a questionar se nós havíamos pagado pelas imagens.
Ao longo desses anos trabalhando na área policial, nunca paguei R$ 1 por informação nenhuma. Ao contrário do que pensa o major Castelo Branco, existem pessoas na segurança pública preocupadas com falhas do sistema e que preferem mostrar a sujeira ao restante da sociedade do que esconder debaixo do tapete.

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