Caminhada está marcada para a manhã da próxima sexta-feira (7).
Três advogados foram assassinados este ano no RN.
OAB também cobra elucidação de crimes contra advogados no RN (Foto: Jorge Talmon/G1)
A Ordem dos Advogados do Brasil, por meio da seccional do Rio Grande do Norte (OAB/RN), marcou para a próxima sexta-feira (7), em frente ao Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal,
um protesto para cobrar medidas de combate à violência contra os
advogados. Este ano, três advogados foram assassinados no estado.
Segundo a assessoria de imprensa da Ordem, pelo menos 300 pessoas devem
participar da manifestação.A concentração acontece a partir das 10h30 no estacionamento da OAB/RN, na rua Dr. Lauro Pinto. De lá, os advogados seguem em caminhada até o Fórum Miguel Seabra Fagundes, que fica na mesma rua.
Advogado Antônio Carlos foi morto a tiros em Natal
(Foto: Arquivo/Tribuna do Norte)
Antônio Carlos(Foto: Arquivo/Tribuna do Norte)
O advogado Antônio Carlos Oliveira foi assassinado no dia 9 de maio em Natal. Ele estava no banheiro do Bino's Bar, no bairro de Nazaré, quando levou vários tiros na cabeça.
Testemunhas disseram à polícia que o advogado foi ao banheiro e um homem gordo o seguiu. Em seguida, pessoas ouviram tiros e viram o suspeito saindo do local correndo com uma pistola na mão.
No último dia 29, um casal foi preso suspeito de envolvimento na morte do advogado e confessou envolvimento com o crime. A informação foi repassada pelo secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte, Aldair da Rocha. O homem e a mulher estavam escondidos em Fortaleza, no Ceará, e foram trazidos para a Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), onde admitiram participação no assassinato. Segundo Aldair, outras pessoas ainda devem ser presas. A motivação do homicídio ainda não foi confirmada pela polícia.
Marcelo Roverlando foi assassinado perto de casa
(Foto: Marcelino Neto)
Marcelo Roverlando(Foto: Marcelino Neto)
O advogado Marcelo Roverlando Jorge de Moura, de 38 anos, foi assassinado a tiros no dia 9 de janeiro em Apodi. Segundo a polícia, a vítima estava a duas quadras de casa, no bairro de Nossa Senhora da Conceição, quando dois homens armaram uma emboscada, o abordaram e efetuaram vários disparos. Os suspeitos fugiram numa motocicleta. Ninguém foi preso.
De acordo com o capitão da PM Inácio Brilhante, comandante do policiamento ostensivo na região, o advogado emprestava dinheiro a juros. “Suspeitamos que o crime pode ter ligação com esta prática”, disse o oficial. Ainda segundo a Polícia Militar, Marcelo já trabalhou como agente penitenciário.
Corpo de advogada foi enterrado em Parelhas
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
Vanessa Ricarda(Foto: Anderson Barbosa/G1)
A advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 36 anos, morta a pauladas no dia 14 de fevereiro dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal.
O ex-namorado dela, o soldado da PM Gleyson Alex de Araújo Galvão, foi preso em flagrante. A Justiça acatou a denúncia feita pelo Ministério Público e ele aguarda julgamento preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Advogado Anderson Miguel, o homem-bomba da
operação Hígia, foi morto em 1º de junho de 2011
(Foto: Jane Alves)
Anderson Migueloperação Hígia, foi morto em 1º de junho de 2011
(Foto: Jane Alves)
Outro caso emblemático envolvendo a morte de um advogado no estado é o de Anderson Miguel da Silva, também assassinado a tiros. Ele foi morto no dia 1º de junho de 2011 dentro do seu próprio escritório, no bairro de Lagoa Nova, em Natal. Um homem entrou na sala dele e disparou várias vezes. As imagens do suspeito, monitoradas por um circuito interno de câmeras, não foram gravadas pelo equipamento. Os tiros atingiram o pescoço, o tórax e os braços do advogado. A polícia afirma que até hoje não tem pistas do assassino.
Anderson Miguel ficou conhecido em todo o Rio Grande do Norte como o 'homem-bomba' da Operação Hígia. Foi ele o responsável por delatar, em depoimentos prestados à Justiça Federal, um suposto esquema de corrupção dentro da Secretaria de Saúde no então governo Wilma de Faria. Além dele e da ex-mulher, a empresária Jane Alves, mais 13 pessoas foram envolvidas.
O esquema contou com a participação direta do próprio Anderson Miguel, que alegou ter pago propina durante os anos de 2005 e 2008 para que sua empresa, a A&G, conseguisse receber os atrasados e ainda renovasse os contratos firmados com a Secretaria de Saúde. O inquérito ainda tramita na Justiça Federal sob os olhares do juiz Mário Jambo.
G1 RN