Polícia confirma latrocínio como causa da morte de GCM de Mairinque...

 

Eles queriam o dinheiro da venda da casa do guarda, afirma a polícia.
Cinco criminosos, entre eles dois menores de idade, foram identificados.

Natália de OliveiraDo G1 Sorocaba e Jundiaí

A Polícia Civil de Sorocaba (SP) confirmou na tarde desta sexta-feira (16) a motivação que levou os criminosos a matarem o subcomandante da Guarda Civil Municipal de Marinque (SP), Laércio de Souza Lanes, e a esposa dele, Lindalva Lanes, ambos assassinados na noite de 9 de agosto. De acordo com o delegado da Delegacia Seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, os criminosos estavam atrás do dinheiro da venda da casa do agente.
"O guarda era uma pessoa muito querida e conhecida na cidade. A sua mudança era pública, todos sabiam que ele iria se mudar e quando. Os criminosos acharam que esse dinheiro estaria na casa. Como eles eram pessoas conhecidas das vítimas, elas tiveram que ser assassinadas para não haver o reconhecimento", afirmou o delegado que, ainda, ressaltou que o valor da venda nunca esteve na casa do GCM, já que a negociação foi feita através de transferência bancária.
Além disso, de acordo com a delegada Fernanda Ueda, que também participa das investigações, o mentor intelectual do crime era vizinho de Laércio e da família, o que facilitava conhecer a rotina do subcomandante e até detalhes de como entrar na residência, sem levantar suspeita. "Até o momento já identificamos cinco autores do crime, sendo três maiores de idade e dois menores. Porém, não descartamos a possibilidade de ter, ainda, mais dois ou três envolvidos", explica.
Ainda de acordo com a delegada, os suspeitos já haviam sido identificados no dia seguinte do assassinato, no sábado (10), e todos já estavam com o mandado de prisão expedidos mas, para não atrapalhar as investigações, a polícia optou por aguardar e segurar as informações. A entrada de um dos menores envolvidos no crime no hospital, baleado com uma das armas roubadas do subcomandante, acabou adiantando as prisões.
"É importante ressaltar que os mandados de prisão já estavam decretados desde sábado. Mas, com a entrada do menor de 17 anos no hospital na segunda-feira (12), baleado com a arma de Laércio, antecipou as prisões dele e do outro integrante do grupo, que foi identificado ao visitar o menor no hospital", conta Fernanda, que ainda informou que os autores do crime estavam sob forte influência de drogas. Os outros três, sendo um deles adolescente de 16 anos, ainda estão foragidos da polícia.
De acordo com as investigações, apesar dos cinco suspeitos já terem passagem pela polícia por roubo e tráfico de drogas, a delegada Fernanda Ueda descarta a possibilidade de que a motivação do crime tenha sido por vingança. "Nenhum dos suspeitos teve ocorrência registrada pelo Laércio, mas, sim, pela Polícia Militar. Então, não há possibilidade de a motivação do crime ter sido por vingança. Descartamos isso, pois as investigações comprovam que eles realmente estavam atrás do dinheiro da venda do imóvel", explica.
Objetos apreendidos
Ao decorrer das investigações, a polícia já recolheu os R$ 3 mil reais que os criminosos levaram no dia dos assassinatos, um cartucho deflagrado de calibre 36, que é incomum em crimes, já que é uma arma de caça, retenção do cartucho deflagrado, um cartucho calibre 36, semelhante ao que foi encontrado na casa das vítimas, o coldre do GCM, facilmente identificado pois havia passado por modificações específicas feitas por Laércio, e um pedaço da coronha da arma de fogo, de calibre 36, que teria sido quebrada para caber na mochila dos criminosos.
Estado de saúde do menino
O estado de saúde do filho do subcomandante da Guarda Civil Municipal de Mairinque (SP), que também foi baleado na noite de sexta-feira (9), é considerado gravissímo, de acordo com o Hospital Regional de Sorocaba, onde ele está internado desde o dia do crime. Na terça-feira (13), ele foi submetido a uma microcirurgia para limpeza dos ferimentos para a retirada de estilhaços da bala que lhe atingiu na noite do crime.
Os delegados Fernanda Ueda e Marcelo Carriel esclareceram detalhes sobre o crime nesta sexta-feira  (Foto: Natália de Oliveira/G1)Delegados Fernanda Ueda e Marcelo Carriel esclareceram detalhes sobre o crime (Foto: Natália de Oliveira/G1
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