Ele foi assaltante, presidiário, fugiu da cadeia antes de cumprir os 12 anos de prisão aos quais foi condenado. Pediu reabilitação criminal dizendo que cometera os crimes por conta do uso de drogas e virou líder dos perueiros na zona leste de São Paulo. Em 2010, foi candidato a deputado pelo PT e hoje está na Assembleia Legislativa.
Luiz Moura é casado, tem 42 anos é natural de Batalha (AL) e irmão do vereador paulistano Senival Moura, também do PT. Dono de quatro postos de gasolina, Moura tem um patrimônio declarado à Justiça Eleitoral de cerca de R$ 1,1 milhões.
No dia 21 de agosto de 1991, então com 19 anos, Moura assaltou um supermercado em Umuarama (PR), na companhia de um amigo. O assalto rendeu R$ 6.636, em valores de hoje. No dia 26, o crime se repetiria em Ilhota (SC). Um homem passava pelo local e avisou a polícia. Eles foram presos pela polícia rodoviária catarinense em 27 de agosto.
Moura admitiu o primeiro assalto. Disse que o amigo o obrigara a praticar o roubo. Negou ter praticado o assalto em Ilhota - disse ter ficado em um hotel enquanto o amigo vendia planos de saúde da Golden Cross. A Justiça refutou a tese de Moura e ambos foram condenados a cinco anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto.
Já em novembro de 1992, Moura escreveu carta de próprio punho pedindo a remoção para a Colônia Penal Agrícola. Na carta, Moura reclama que não havia assistência médica, psicológica e sequer comida para os detentos da prisão onde ele estava alocado. A remoção foi concedida em março de 1993. Moura fugiu na semana seguinte e ficou foragido até a prescrição da pena.
Os advogados de Moura pediram a prescrição da pena em 2000. Ela foi concedida pela Justiça paranaense só em 2002. No caso catarinense, ele pediu reabilitação criminal em 2005. Segundo os advogados, Moura dava palestras sobre os riscos do uso de drogas em escolas. A reabilitação foi concedida pela justiça catarinense em 2006.
Apesar de ter informado viver em "falta de condições econômicas" e rendimentos de R$ 15,8 mil em 2003, no ano de 2009 Moura virou sócio da empresa de ônibus Happy Play Tour, com um total de R$ 4 milhões em cotas. No começo de 2011 ele sairia da empresa.
Fernando Gallo
Estadão