Xingamento a Dilma não veio só da elite branca, diz o ministro Gilberto...


Ministro Gilberto Carvalho contraria discurso do PT de que apenas a elite branca xingou Dilma no Itaquerão. Para ele, problema é que ideia de que PT é corrupto pegou

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Depois de nomes do PT afirmarem que os xingamentos dirigidos a Dilma Rousseff partiram das classes privilegiadas do país, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse que as vaias não vieram apenas da “elite branca”.
“Essa pancadaria diária (da mídia) é o que resulta no palavrão para Dilma no Itaquerão. No Itaquerão não tinha só elite branca, não”, disse ele ontem em encontro com blogueiros ligados à esquerda, no Palácio do Planalto.
“Fui (ao estádio) e voltei de metrô, não tinha só elite, não, tinha muito moleque gritando palavrão no metrô”, afirmou ainda.
Na abertura da Copa do Mundo, na quinta-feira passada, no Itaquerão, o grito “Ei, Dilma, vai tomar no…” se espalhou pelo estádio. Mas partiu inicialmente da ala mais cara da arena.
O fato foi aproveitado e repercutido pelo ex-presidente Lula e dirigentes do partido.
“Não era nenhum pobre. Parece que comeram até demais, estudaram até demais, porque perderam a educação e o respeito”, disse Lula, defendendo ainda que os mais ricos no país estavam incomodados com a ascensão das camadas mais pobres.
Para Gilberto Caravalho, o discurso de que só o PT é corrupto – presente na mídia, em sua avaliação – pegou.
“Essa coisa desceu, de que nós somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou, na classe média, na elite, e vai descendo, porque não conseguimos fazer contraponto. Esta eleição agora vai ser a mais difícil de todas, porque enfrenta o resultado desse longo processo”, completou.
Terminou bem
Apesar do xingamentos que supreenderam o Planalto – as vaias já eram esperadas, mesmo com Dilma não fazendo nenhum discurso – membros do governo avaliaram que o constrangimento terminou de forma positiva para a presidente.
Ela obteve amplo apoio pelo episódio, inclusive nas redes sociais. Até a oposição, na forma do candidato Aécio Neves, foi a campo afirmar que as manifestações não podem ultrapassar o limite do respeito pessoal.
Já Dilma, no dia seguinte, disse que as palavras não expressavam a opinião do povo brasileiro.
“Na minha vida eu suportei agressões físicas – não foram agressões verbais – quase insuportáveis e nada me tirou do meu rumo”, afirmou ela.

Fonte: Exame

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