Presidente do Sinpol lamentou as palavras de Elieser Girão e garantiu que a Polícia Civil trabalha 'com a cara e coragem no RN'
- Foto: Wellington Rocha
As declarações do titular da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Eliéser Girão, de que os policiais civis do Estado que estivessem insatisfeitos deveriam procurar outra profissão, não foi bem recebida pelo Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (Sinpol-RN). Nesta quinta-feira (17), o presidente da entidade, Djair Oliveira, respondeu ao secretário.
“Nós lamentamos profundamente as declarações do secretário (Eliéser Girão). Realmente fizemos um juramente quando escolhemos a profissão de ser Policial Civil. Profissão que nos orgulhamos muito de fazer parte. Porém, esperávamos que o Governo desse uma contrapartida. No Rio Grande do Norte isso não vem acontecendo. A Polícia Civil do Rio Grande do Norte trabalha na cara e na coragem”, afirmou Djair Oliveira. Na última terça-feira (15), o Sinpol, juntamente com policiais civis da Delegacia de Homicídios (Dehom), fez a entrega, no próprio prédio da Dehom, de coletes e munições vencidas, além de viaturas que não estão sendo utilizadas, pois os policiais não possuem qualificações necessárias para conduzi-las. A atitude faz parte a ação “Polícia Legal”.
“Na ação Polícia Legal, os policiais se negam a trabalhar nas atuais condições. Os coletes estavam vencidos, as munições também. As munições precisam ser trocadas, pelo menos, duas vezes por ano, mas no RN isso não acontece. Os policiais correm o risco de morrerem com a arma na mão, pois a arma pode falhar no momento em que os policiais precisarem usar”, argumentou Djair, que ainda completou. “Hoje os policiais civis do RN são o 25º na questão salarial do Brasil. Temos o pior salário do Nordeste. Ou seja, não somos valorizados. Hoje não temos condições de cumprir o nosso juramento de defender a sociedade, já que o Governo não investe em segurança”.
Nessa quarta (16), em entrevista para o Jornal de Hoje, Eliéser Girão criticou duramente a atitude dos policiais que entregaram os equipamentos na Dehom. “Atitudes como essa nós lamentamos, pois o profissional esqueceu do juramento que ele fez e que ele foi voluntário para ser policial civil. Ele não foi obrigado. Ele tem que trabalhar, ele tem que investigar. Faça uma pesquisa com a população, saber se a Polícia Civil está trabalhando nas investigações. Todo mundo reclama que estão acontecendo crimes, roubos e não tem investigação. O pessoal (policiais civis) deveria fazer o seguinte: vamos investigar, mostrar que somos profissionais. Se não são profissionais, procurem outra profissão”.