Três suspeitos judeus confessam assassinato de adolescente palestino...

07/07/2014 09h43 - Atualizado em 07/07/2014 11h21


Segundo fonte, eles realizaram uma reconstituição do crime.
Adolescente foi queimado vivo em bairro palestino de Jerusalém.

Da France Presse
Mohammed Abu Khudair em foto sem data. O adolescente de 16 anos foi queimado vivo em Jerusalém (Foto: Reuters)Mohammed Abu Khudair em foto sem data. O
adolescente de 16 anos foi queimado vivo em
Jerusalém (Foto: Reuters)
Três dos seis israelenses detidos pelo sequestro e assassinato na semana passada de um adolescente palestino confessaram o crime, indicou nesta segunda-feira uma fonte próxima ao caso.
"Três dos seis suspeitos detidos confessaram ter assassinado e queimado Mohamed Abu Khder, e realizaram uma reconstituição do crime"diante dos policiais, declarou à AFP a fonte, que pediu o anonimato.
Eles são suspeitos de pertencerem a "uma organização terrorista", sequestro, homicídio de menor, posse ilegal de armas e crime "por motivo nacionalista", segundo o site de informações "Ynet".
Os homens foram presos neste domingo (6). Eles são judeus extremistas, o que levantou as suspeitas de que o crime pode ter motivação política.
Mohammed foi sequestrado na quarta-feira em Shuafat, um bairro de Jerusalém Oriental. Seu corpo queimado foi achado horas mais tarde em uma floresta a oeste de Jerusalém, em um ataque atribuído pelos palestinos aos israelenses extremistas como vingança pela morte de três adolescentes israelenses.
Os médicos legistas encontraram indícios de fumaça em seus pulmões, o que significa que ele estava vivo quando foi queimado, informou no sábado a agência Maan, citando o procurador-geral palestino Mohammed Aluweiwi.
O jovem também apresentava um ferimento na cabeça, mas que não causou sua morte, acrescentou Aluweiwi.
Crise 
Diante da escalada da violência, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se comprometeu a "fazer o necessário para recuperar a paz e a segurança" no sul de Israel. Mas convocou o governo a se abster de declarações incendiárias para evitar um confronto generalizado.
"A experiência nos demonstrou que, num momento como este, devemos agir de forma responsável e com a cabeça fria para nos abster de declarações duras e impetuosas", declarou Netanyahu aos seus ministros.
Esta linha prudente gerou divergências dentro da coalizão conservadora. O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, um falcão ultranacionalista, anunciou o fim da aliança com o partido Likud, mas sem abandonar o governo.
"Não é nenhum segredo que existem divergências fundamentais que impedem trabalhar em conjunto (com o Likud) (...) Eu não entendo o que estamos esperando", lamentou o chefe da diplomacia, que exigiu em voz alta uma operação de grande escala contra o Hamas em Gaza.
O partido de Lieberman, Israel Beiteinu, apresentou uma lista conjunta com o Likud nas legislativas de 2013. O bloco Likud-Israel Beiteinu tem 31 deputados dos 120.
Finalmente, pela segunda noite consecutiva, distúrbios explodiram em comunidades árabes no norte de Israel.
Cerca de 110 pessoas foram presas, segundo a polícia, principalmente na Galileia.
g1
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