Acusado de crime que chocou o RN em 2009 é condenado em júri popular



Thiago Pereira, o 'Thiago Cabeção', pegou 26 anos e 3 meses de prisão.
Maria Luiza, 15 anos, foi encontrada morta seis dias após ter desaparecido.

Thiago Felipe Rodrigues Pereira foi inocentado da acusação de matar Francinildo Cordeiro, assassinado em 2008 na zona Oeste de Natal  (Foto: Adriano Abreu/Tribuna do Norte)Foi condenado a 26 anos e três meses de prisão em regime fechado, em júri popular realizado na noite desta quarta-feira (19), Thiago Felipe Rodrigues Pereira, o 'Thiago Cabeção', um dos acusados de ter matado a estudante Maria Luiza Fernandes Bezerra, de 15 anos – crime que chocou o Rio Grande do Norte em 2009.

O outro acusado do assassinato, Kleisson de Souza Freitas da Silva, o 'Negão', não foi julgado nesta quarta-feira (19), já que o advogado dele está viajando e não pôde comparecer ao júri. Ainda não há uma data estabelecida para o julgamento de Kleisson.

O júri foi presidido pela juíza Eliana Alves Marinho, da 1ª Vara Criminal de Natal.

Os dois acusados foram denunciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, roubo qualificado, estupro, vilipêndio (maltrato de cadáver) e ocultação do corpo. No caso de Thiago, só não ficou comprovada a acusação de estupro.

Maria Luiza saiu de casa no dia 21 de abril de 2009, feriado de Tiradentes, para se encontrar com o namorado em uma lan house. Ela não chegou ao destino. Seis dias depois, o corpo da adolescente foi encontrado nu e já em avançado estado de decomposição. A perícia constatou que a adolescente foi estuprada e estrangulada. O corpo de Maria Luiza estava em um lixão no bairro de Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal.

Desaforamento negado

Nesta terça-feira (18), o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte negou uma liminar, sem apreciação do mérito, que pedia o desaforamento do julgamento, ou seja, que o local do júri mudasse de Natal para Mossoró ou Pau dos Ferros, cidades da região Oeste do estado.

Maria Luiza, de 15 anos, morta em 2009 (Foto: Arquivo da família)O pedido foi feito pelo advogado Marcus Alânio Martins Vaz, que fez a defesa de Thiago Pereira. O advogado alegou que a família da vítima havia criado um clamor nas redes sociais ao convocar pessoas para comparecerem ao júri vestidos de preto, em sinal de luto, o que na opinião do advogado deveria interferir na avaliação dos jurados.

Antes do julgamento, o promotor Augusto Flávio Azevedo comentou que o assassinato de Maria Luiza tivera uma combinação de desejo e estímulo de drogas. "Havia um desejo reprimido pela moça da parte de um dos acusados, o Thiago, e um flagrante do envolvimento de ambos os acusados com drogas. Os dois andavam juntos. Era um dia esquisito e chuvoso quando a menina foi pega a força e colocada em um carro. Ela sofreu diversos abusos, foi morta e o corpo foi desovado", afirmou.

Thiago Felipe Rodrigues Pereira e Kleisson foram sentenciados a sentarem no banco dos réus em 19 de dezembro do ano passado. A sentença de pronúncia foi do juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal.

G1/RN


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