WhatsApp vira 'arma' contra o crime nas mãos da PM de SP

Aplicativo se tornou aliado da PM que conseguiu prender 10 em três meses.
PMs da Atividade Delegada compartilham dados de suspeitos no grupo



Mensagens instantâneas, fotos e vídeos compartilhados por policiais militares por meio do WhatsApp se tornaram armas contra a criminalidade em Guararema (SP). Há cerca de três meses, a ferramenta eletrônica tem sido usada como aliada da segurança pública no município.
De acordo com o comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar do 17º Batalhão da PM, tenente Dirceu de Godoy Oliveira, pelo menos dez suspeitos foram detidos em três meses, somente com o uso do aplicativo de smartphones. O grupo foi criado há cerca de 90 dias e é formado por pouco mais de 50 policiais. As prisões mais recentes foram na semana passada.


"Nós compartilhamos informações e fotos de suspeitos. Temos a Atividade Delegada em Guararema e o nosso grupo no WhatsApp é formado por policiais de cidades vizinhas, também. Nós usamos o aplicativo, inclusive, como um complemento das informações que chegam via 190. E isso tem nos ajudado muito. Com a foto de um suspeito compartilhada, instantaneamente, todos os PMs do grupo ficam atentos", explica o tenente.

No começo deste mês, dois homens foram presos suspeitos de furtos no distrito de Luiz Carlos, em Guararema. Segundo o tenente, a detenção ocorreu com a ajuda da ferramenta eletrônica. Tudo começou quando um vigia viu o rosto dos suspeitos em fuga, após o furto em um café. Na ocasião, os suspeitos levaram R$ 120, carne e mandioca.

O alarme disparou e os dois deixaram o local correndo. A testemunha os reconheceu, pois já havia visto a imagem do circuito interno de um restaurante, no mesmo bairro, que também teria sido furtado pela dupla. "A imagem frisada dos suspeitos foi parar no nosso grupo no WhatsApp e rapidamente a dupla foi presa", contou o tenente.
Assim que a imagem foi compartilhada no grupo, os policiais começaram a trocar informações sobre a foto do suspeito. Um dos PMs chega a reforçar o apelido do homem (Bigode). Em pouco mais de duas horas, um outro PM avisa no grupo que conseguiu prender a dupla na região central. Um outro 

PM fala sobre um homem conhecido como "Pernambuco" que já teria cometido furtos no distrito. Na conversa, o PM ainda enfatiza que ele costuma "dar pinote para o meio do mato".
Ainda neste mês, um homem de origem colombiana foi preso suspeito de aplicar golpes em Guararema. Da mesma forma, a detenção ocorreu com a ajuda do aplicativo. "Tinhamos uma informação a principio de um boliviano vestindo camisa amarela, que estava vendendo celulares no centro de Guararema. Todos os policiais ficaram atentos. Rapidamente ele foi preso por uso de documento falso. Neste caso nem teve ligação para o 190", conta o tenente.


Ao ser levado para a delegacia, os policiais descobriram que se tratava de um homem de origem colombiana. Durante a conversa dos policiais, as mensagens instantâneas rastream o suspeito. As ruas por onde ele passava foram compartilhadas no grupo. Um policial diz que o suspeito seguia pela Rua Capitão Alberto, sentido Pau D'Alho - um ponto turístico do município. Depois disso, ele (suspeito) acabou sendo detido.
Segundo a polícia, o colombiano tentava vender em lojas e para pessoas que abordava na rua, celulares no modelo Samsung S4 e Note por R$ 300. O colombiano chegava a entregar aos clientes notas ficais, com valor do produto de até R$ 1.800,00. Entretando, o aparelho entregue à vítima não funcionava.

O tentente enfatiza que, mesmo sendo mais uma alidada da polícia, a ferramenta precisa ser usada com cautela. "Temos um padrão para utilizá-lo. Enquanto um policial verifica as informações que estão sendo compartilhadas o outro fica atento à patrulha. Tem que ser dessa maneira para que a troca de mensagens não atrapalhe o policiamento", detalha.

Além do grupo dos policiais da Atividade Delegada de Guararema, o tenente Dirceu diz que participa de outros grupos de PMs. Ele conta que a prisão de um homem em Santos também teve auxílio do WhatsApp. "Teve um tenente que trocou tiros com um ladrão de moto em São Paulo. Rapidamente, as caraterísticas dele [suspeito] foram passadas no grupo. Logo depois, um homem deu entrada em um hospital de Santos com as mesmas características. Era a mesma pessoa. Ele foi preso rapidamente", concluiu o tenente.

Fonte: Tv Diário 
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