NÓS MATAMOS NOSSOS POLICIAIS, EM NOME DO PAI

O Brasil é o país que mais mata policiais no mundo!

 Ns matamos nossos policiais em nome do Pai

Por Ruchester Marreiros Barbosa

A título de exemplo, “os policiais militares de São Paulo têm uma taxa de mortalidade de 41,8 por 100 mil e os do Rio de Janeiro, de 265 por 100 mil, o que corresponde, respectivamente, a 4 vezes e a 9 vezes as taxas enfrentadas pela população desses estados. Nos Estados Unidos, o multiplicador é de 1,5; na Alemanha, é de 1,5; e na Inglaterra (e Gales) é de 0,8. Deve-se observar, também, que esses multiplicadores maiores observados no Brasil se aplicam a taxas de homicídio na população em geral” (veja aqui), que também são extremamente elevadas.

A desigualdade social é maior no Brasil do que nos demais países comparados. É só conferirem o índice GINI de cada um.

Para quatro mortos pela polícia no Brasil, um policial é assassinado (veja aqui).

Estes dados são dados de 2013 e 2014. Para 2015 a expectativa ainda é pior, haja vista que em 2009 foram 17 mortos, enquanto que até os primeiros sete meses de 2015 este número já era de 17 mortes, pior estatística dos últimos sete anos (veja aqui).

Trata-se de uma política criminal burra, ignóbil e abjeta.

Coisificam pessoas em forma de peões de um jogo de Xadrez na qual o Rei e a Rainha se quer estão no tabuleiro.

Representam-se por hologramas de discursos falaciosos e demagogos.

Perguntem aos donos destas políticas idiocráticas se gostariam que tivesse um policial militar na porta de seus condomínios, revistando seus smarthphones ou tablets, obrigando-os a acessar suas contas bancárias para checarem se seus rendimentos estão compatíveis com seus salários?

A cada “combate” às consequências da criminalidade tem início a uma “guerra” fadada ao fracasso.

Regra básica de Sun Tzu. Você poderá ter mais homens do que seu inimigo, mas se não o conhece será derrotado!

Sem saber as causas dessa “guerra” idiota, que não deveria ser guerra (Sun Tzu, 2007, p.112), começa errado por aí, ela começa pela morte.

Sim, o que alavanca nossas políticas reativas são as mortes de 58.0000 pessoas por ano no Brasil, registradas em 2014 (veja aqui).

E o inimigo, meus amigos, são dezenas de décadas do que denomino de puro controle biológico humano.

Claro! Coloca-se pobre matando pobre para se manter o controle populacional de seres improdutivos para o Capital.

Sim, pois para o Capitalismo consumerista a riqueza é de quem produz para consumo, não mais para quem acumula, pois já não vivemos mais um capitalismo por acumulação. (Del Percio, 2009, p. 82)

Mas quem são os donos de nossos meios de produção? Os políticos! O governo! Os donos dos meios de comunicações! Todos megaempresários!

Os favelados e policiais são assalariados que fazem parte da grande massa de pessoas de baixa renda, que precisam consumir para aquecer a economia.

Qualquer tipo de conduta que diminua a circulação desta cadeia produtiva de consumo vai para a cadeia!

Menos, os sonegadores de impostos!

Estes, basta pagarem, que se extinguem a punibilidade.

São absolvidos!

Pagaram o dízimo ao ESTADO-PAI-GENITOR.

Sim, a religião é o dinheiro! Conforme disse Giorgio Agambem:

“Deus não morreu. Ele tornou-se dinheiro!”

Herege passou a ser quem não consome!

Então, o Estado cria um submundo ilusório de riqueza chamada CRÉDITO. Nossa riqueza é plástica e ilusória.

Vivemos de crédito. Dinheiro invisível! Deus invisível!

Ou você gasta somente o que ganha como assalariado?

Tudo que for contrário a esta lógica não ganha fôlego.

Deixar morrer policiais não altera essa lógica.

Não atrapalha esta lógica.

O sistema patrimonialista valoriza quem produz riqueza, independentemente de sua condição humana, ou se até mesmo o Estado lhe garante dignidade para o trabalho, escolha e saúde. A diferença é quem tem mais e quem tem menos.

O mercado distingue os desiguais e acentua isso, quanto mais ricos uma minoria mais produtos para eles. Quanto mais pobres, crédito. Desigualdade social é o efeito colateral de que o mercado lava as mãos.

O mercado cria, com isso, uma política segregacionista, na qual o fiel da balança deveria ser a intervenção do Estado.

No entanto, a única intervenção que vemos na prática é a do Direito Penal e seus processos de execuções sumárias de pobres e reposição das “peças”, peões do xadrez, abatidos, por esses mesmos pobres. Ambos não possuem espaço. Ambos são encurralados por suas instituições, uma informal e a outra formal. Ambos pobres. Ambos que se matam.

Polícia e pobre só produzem riqueza para a indústria bélica. Consumir não é produzir. Então podem continuar morrendo porque sempre haverá um querendo segurar uma arma e sempre haverá um abutre da indústria em conluio com o ESTADO-PAI para gerir esta fome.

Então, para que gastar dinheiro com “coisas” que não trazem retorno?

Agora pensem:

Vai mudar alguma coisa se alterando lei penal?

Mais UPP?

Exército?

Claro que não!

Reforma política, tributária e moral, já!

Deixo aqui meus sentimentos às famílias de todos os assalariados que morreram, morrem e morrerão todos os dias, EM NOME DO PAI.

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REFERÊNCIAS

DEL PERCIO, Henrique. Política o Destino: cuestiones estratégicas em tienpos de crisis. Buenos Aires: Sudamericana: COPPPAL, 2009.

SUN TZU. A arte da guerra. Tradução e adaptação de Nikko Bushidô. São Paulo: Jardim dos Livros, 2007.

Fonte: JusBrasil

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