A juventude consumida pelo sexo e pelas drogas...

A juventude novacruzense está sendo consumida pelas drogas. O fato é visível. Uma simples volta pelas ruas, praças da cidade, principalmente pontos sem ou com pouca iluminação é possível flagrar pessoas aparentemente menores de idade usando drogas e praticando sexo. Esta reportagem especial da Gazeta do Agreste vai mostrar o “terror” que vive Nova Cruz, ou porque não apelidá-la de “cracocruz”.

Quinta-feira, 21 de abril, bem próximo do Fórum Municipal onde fica a sede do Poder Judiciário, em Nova Cruz, um trio de meninas aparentemente menores de idade caminham pela praça Barão do Rio Branco, passando pela rua do Correios, descem pela Av. Assis Chateaubriand, e param ao lado da Concessionária da Honda. O motivo? Usar drogas. Elas sentam próximas uma da outra ao lado do prédio e começam o uso. Uma das meninas não se intimida com as luzes acesas da loja e ainda faz xixi no local.

Veja a sequência de imagens capturadas:











Em outro vídeo flagrado por uma câmera escondida especial, cerca de cinco jovens se reúnem em um beco próximo da Praça Barão do Rio Branco (onde fica o Colégio Nossa Senhora do Carmo), e em atitude suspeita um passa um produto para a mão do outro, supostamente droga. Depois de fazer a “distribuição” eles vão embora calmamente em direção a praça. Estes foram apenas dois flagrantes em uma hora de trabalho produzido pela nossa reportagem. O uso de drogas é uma cena cotidiana cada vez mais presente aos olhos da sociedade novacruzense. Os vídeos serão entregues à Delegacia de Policia, e ficarão também, à disposição de qualquer autoridade.





Um dos nossos repórteres, disfarçado de cidadão comum, abordou duas meninas que estavam passeando pelo local para fazer algumas perguntas. Uma delas disse que é rotina meninas de aparentemente 12, 13 ou 14 anos sair de casa pra usar drogas na praça ou lugares escuros, e inclusive, fazerem sexo, muitas vezes para conseguir dinheiro para comprar droga.



“As meninas se juntam com os meninos, vão para os matos e fazem sexo juntos e usam drogas”, disse uma das garotas abordadas.



Indagada se elas também usam drogas ou se freqüentam os lugares escuros para praticar sexo, responderam que não, e que estão deixando de freqüentar as praças da cidade porque só têm prostitutas e drogados, durante a noite.



A polícia de “mãos atadas”.

A presença da Polícia Militar rondando pela cidade não intimida os usuários de droga. Primeiro porque eles se desfazem da droga facilmente se perceberem a presença de policiais ou viatura no local. Geralmente eles escondem o produto, e só pegam na hora do uso, para dificultar uma prisão em flagrante por tráfico de drogas, visto que, se a polícia abordar e localizar uma pequena quantidade de entorpecente a vítima vai alegar que é usuária, e será liberada.

O direito de ir e vir, assegurado pela Constituição Federal, facilita também os drogados e traficantes de ficarem até altas horas da noite nas ruas de Nova Cruz, mesmo com freqüente ronda policial, abordagem, e pedidos da polícia para que eles se recolham para as casas, eles desobedecem porque sabem que a polícia nada poderá fazer, desmoralizando a própria polícia que fica de mãos atadas para o problema e ainda sofrendo cobranças por parte da sociedade.

Também pesa em desfavor da sociedade a precária estrutura da Polícia Militar do 8º BPM. A Polícia Civil pior ainda, pois na delegacia de Nova Cruz não tem delegado, e bel. o titular da 6ª DRP - Delegacia Regional de Polícia, vem à Nova Cruz uma vez por semana - quando vem - porque responde por cerca de 22 delegacias, impossibilitando-o de atender a demanda e produzir trabalhos investigativos. A polícia civil de Nova Cruz está praticamente parada, servindo apenas para registrar flagrantes levados pela PM e boletins de ocorrência.

Uma bomba explodindo nas costas da sociedade

Enquanto mais e mais jovens vão se viciando com as drogas, mais problemas sociais se acumulam em forma de uma bomba prestes a explodir nas costas do povo omisso.

Para alimentar o vício os usuários tendem praticar furtos e roubos para conseguirem dinheiro, gerando assim um crescimento nos índices de violência.

As meninas que se prostituem para conseguir dinheiro para comprar drogas, acabam engravidando, colocando filho no mundo sem condição psicológica e financeira para cuidar, e cria um gigante problema social para o poder público; e ainda, gera um caos na saúde pública com a propagação de doenças sexualmente transmissíveis.

Algumas medidas que podem ajudar na solução do problema

Enquanto muitos jogam a culpa no saco de pancadas chamado “Polícia”, é importante lembrar, frisar, que toda sociedade tem uma parcela de culpa com relação aos problemas sociais do nosso município. Gazeta do Agreste ouviu alguns especialistas para discutir o caso e propor um sistema que possa apagar o apelido “cracocruz” de Nova Cruz.

1 – A Prefeitura Municipal junto com o Governo do Estado poderiam investir em um centro para recuperação e internação para viciados em droga.

O ideal seria alugar ou comprar um sítio na zona rural, com casa e espaço para oferecer tratamento e educação para estes jovens que no auge de suas vidas estão partindo para o terrorismo mundo das drogas.

2 – Investir na segurança das ruas e praças da cidade com câmeras de monitoramento. Os vídeos poderiam ser visto em tempo real pela própria polícia, no Batalhão da PM e também na Delegacia de Polícia Civil.

O investimento desse tipo não é tão alto, mas o efeito é bastante eficaz. O Governo Federal, através do Ministério da Justiça disponibiliza recursos para municípios investirem na segurança pública instalando câmeras de monitoramento. Muitas cidades já aderiram o modo e conseguiram solucionar muitos problemas.

3 – Os poderes que englobam a esfera judicial, como a Vara da Infância e Juventude, Vara Criminal, Promotoria Pública, Policia Civil, com o apoio ostensivo da Polícia Militar, poderiam identificar e retirar das ruas estes menores usuários, bem como evitar que eles circulem tarde da noite pelas praças e ruas da cidade. Um típico toque de recolher. Medida extremamente necessária para situação atual de Nova Cruz.

As imagens utilizadas nesta reportagem são trechos de vídeos captados por câmeras especiais. Os vídeos na íntegra foram entregues as autoridades.



Fonte: Gazeta do Agreste
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