Número de armas recolhidas no primeiro mês de campanha é animador...

A Campanha Nacional do Desarmamento 2011 iniciou oficialmente no dia 6 de maio, um mês após a tragédia ocorrida em uma escola no Realengo, Rio de Janeiro. Porém, no Rio Grande do Norte ela começou atrasada e só foi lançada há cerca de um mês, no dia 15 de junho.

Mesmo contando ainda com poucos postos de coleta em todo o RN, a Superintendência Regional da Polícia Federal já recolheu 98 armas nesse primeiro mês da campanha. Para o delegado regional de Combate ao Crime Organizado, Elton Zanatta, o resultado das entregas na capital é animador "se dividirmos o número de armas por dias de campanha, a média é satisfatória".

O balanço nacional, divulgado dia 6 de julho pelo Ministério da Justiça, mostra que cada pessoa entrega, em média, uma arma e 36 cartuchos de munição. Ainda de acordo com o Ministério, os revólveres calibre 38 lideram a lista dos armamentos recebidos, com 2.436 unidades recolhidas, seguidos pelos revólveres calibre 32, com 1.110 unidades.

Ainda com alguns problemas estruturais e de logística atrapalhando a campanha no estado, o secretário adjunto de Segurança Pública, Silva Júnior, se mostra animado com os preparativos para a abertura de novos postos de coleta. "Estamos nos preparando para uma campanha com mais qualidade, dada a capilaridade dos postos de recebimento", afirmou.

Um dos organizadores da coleta e estudioso em direitos humanos, Marcos Dionísio, ressalta a importância dessa capilaridade dos postos de entrega. "Quase 10 mil armas já foram entregues no Brasil e creio que haverá um grande aumento nesses números com a abertura de postos de coleta civis", enfatizou.
Diferente das campanhas de anos anteriores, nesta as pessoas poderão entregar suas armas e munições em igrejas, ONGs e em qualquer instituição que queira sediar o recebimento das armas e incentivar a entrega voluntária. "Em Natal, já sabemos que a sede da OAB e algumas igrejas irão receber as armas, e também está sendo estudada a implantação de um posto na UFRN", disse Dionísio.

Enquanto Governo e entidades da sociedade civil querem recolher armas, pelo menos 11 projetos tramitam na Câmara dos Deputados e cinco no Senado que ampliam as possibilidades do porte de arma de fogo.

Somente na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, das 17 propostas em andamento, 11 sugerem conceder porte de armas a categorias hoje proibidas por lei, como agentes de trânsito e guardas municipais. Outro projeto autoriza policiais estaduais a terem arma de calibre restrito.

Segundo pesquisa realizada pelo Viva Rio/Iser, cerca de 90% das armas no país estão nas mãos da sociedade civil e não do Estado. Dessas pelo menos 50% são ilegais.

Está comprovado que as armas de fogo pequenas e leves são responsáveis pela morte de 600 mil pessoas todos os anos no mundo. No Brasil, elas matam mais do que doenças respiratórias, cardiovasculares, câncer, aids e acidentes de trânsito.

Em vigor há dois meses, a Campanha Nacional do Desarmamento 2011, que tem por objetivo mobilizar a sociedade brasileira para retirar de circulação o maior número de armas de fogo possível e contribuir para a redução dos índices de violência no país, já arrecadou mais de 9.000 armas e cerca de 31 mil munições, em todas as regiões do Brasil.


Fonte: Nominuto.com
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