Novo conflito em protesto perto de estádio de Brasília faz 19 presos...

Manifestação contra a Copa das Confederações chegou próximo à arena.
Confronto ocorreu horas antes da partida de abertura entre Brasil e Japão.

Do G1 DF
Prisão de participante do protesto nos arredores do Estádio Nacional, antes da partida entre Brasil e Japão (Foto: Vianey Bentes / TV Globo)Prisão de participante do protesto nos arredores do Estádio Nacional, antes da partida entre Brasil e Japão (Foto: Vianey Bentes / TV Globo)
Pelo menos 19 manifestantes foram presos na tarde deste sabado (15) em confronto com a polícia nos arredores do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, a menos de duas horas do jogo de abertura da Copa das Confederações entre Brasil e Japão.
A informação é da Secretaria de Segurança do DF, em balanço divulgado às 17h. Além dos 16 detidos, outros 10 menores de idade foram apreendidos e levados para a Delegacia da Criança e do Adolescente, informou a secretaria.
Manifestantes detidos em protesto chegam à 5ª delegacia de polícia, em Brasília (Foto: Rafaela Céo/G1)Manifestantes detidos em protesto chegam à 5ª delegacia de polícia, em Brasília (Foto: Rafaela Céo/G1)
Segundo a Secretaria de Saúde, 52 pessoas, incluindo manifestantes e quatro policiais militares que ficaram feridos sem gravidade, receberam atendimento médico no local até as 17h30. Desses, quatro vítimas foram para o Hospital de Base e outras quatro para o Hospital Regional da Asa Norte.
Manifestante ferida foi à 5ª delegacia de polícia registrar ocorrência  (Foto: Rafaela Céo/G1)Manifestante ferida foi à 5ª delegacia de polícia registrar
ocorrência (Foto: Rafaela Céo/G1)
De acordo com a Polícia Militar, os fatores que motivaram a maioria das prisões foram desacato, lesão corporal, resistência e desobediência.
O coronel Jair Lobo, da Polícia Militar, disse que não houve erro por parte da polícia durante a ação contra os manifestantes. “Como não teve torcedor ferido, [a ação mostra que] não teve risco”, afirmou.
O conflito entre policiais e manifestantes, iniciado no final da manhã, recomeçou por volta das 14h20, depois que o contingente de manifestantes foi cercado por homens da Cavalaria da Polícia Miltar e por policiais a pé. Com o cerco, os manifestantes, que tentaram se aproximar do Estádio Nacional, tinham ficado isolados dos demais torcedores.
Durante o confronto, os policiais usaram spray de pimenta e voltaram a disparar tiros de bala de borracha e a usar bombas de gás contra os manifestantes, a exemplo que já tinha ocorrido no final da manhã. Houve correria. Participantes do ato de protesto foram imobilizados no chão do estacionamento do estádio e em seguida presos.
Um manifestante foi atropelado por um carro da polícia, mas não sofreu ferimentos graves. Vários torcedores passaram mal por causa do gás lacrimogênio e chegaram a vomitar no gramado próximo ao estacionamento do estádio. Torcedores com mochilas eram abordados e revistados pelos policiais militares.
Os protestos tiveram início no começo da manhã, na Rodoviária do Plano Piloto. Os manifestantes seguiram em marcha pelo Eixo Monumental, mas foram contidos pelos policiais depois de um início de confronto.
Um grupo de manifestantes, que havia sido isolado por policiais conseguiu romper o cerco e correr em direção às entradas do estádio. Os policiais atiraram balas de borracha e bombas de gás. Muitos torcedores que não participavam da manifestação corriam com ingressos na mão para entrar na arena.
Manifestante é detido por policiais nas imediações do Estádio Nacional (Foto: Vianey Bentes / TV Globo)Manifestante é detido por policiais nas imediações do Estádio Nacional (Foto: Vianey Bentes / TV Globo)
Repercussão
Antes do início da partida, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, comentou sobre a confusão que ocorreu no entorno do Mané Garrincha. Ao chegar à arena brasiliense, o auxiliar da presidente Dilma Rousseff disse que não poderia avaliar se houve "truculência" por parte dos policiais por não ter acompanhado o tumulto.
Carvalho, no entanto, ressaltou que se os manifestantes tivessem "se contido" e mantido um "ato pacífico", os policiais não teriam usado de violência para conter o protesto.
"Tudo o que se puder ser resolvido no diálogo, será resolvido no diálogo. Essa foi a ordem da presidente", enfatizou.
O titular da Secretaria-Geral conversou por cerca de meia hora com alguns dos manifestantes que participaram do protesto. No diálogo, Carvalho se colocou à disposição do grupo para recebê-lo, em seu gabinete, na segunda-feira (17), a partir das 9h30.
G1
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