'Temos a materialidade', diz delegada sobre assassinato de mulher em Natal

Clara Rubianny Ferreira tinha 26 anos e era natural de Caruaru (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)Clara Rubianny Ferreira tinha 26 anos e era natural
de Caruaru (Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
A Delegada Karen Lopes, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Zona Sul de Natal , acredita já ter a materialidade do homicídio da pernambucana Clara Rubianny Ferreira. A mulher foi encontrada morta dentro de um apartamento no bairro Ponta Negra, zona Sul de Natal, no último dia 22. A informação foi confirmada durante entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira (26). O suspeito permanece preso por força de um mandado de prisão temporária.  
Segundo a polícia, o empresário paulista Eugênio Becegato Júnior, que é dono do apartamento e principal suspeito, fugiu com ajuda de amigos da família, que desconheciam o crime. Ele foi preso na Bahia e trazido para o Rio Grande do Norte. “Ele deve ser indiciado por homicídio doloso e ocultação de cadáver”, afirmou a delegada.
As investigações ainda não estão concluídas. A delegada ainda deve ouvir algumas testemunhas. No entanto, acredita que o empresário seja, de fato, o assassino. “As imagens das câmeras do prédio mostram eles entrando às 2h18 do dia 18, no prédio. Certo tempo depois, ele sai sozinho”, disse.
Delegada Karen Lopes foi à Bahia para buscar suspeito (Foto: Igor Jácome/G1)Delegada Karen Lopes foi à Bahia para buscar
suspeito (Foto: Igor Jácome/G1)
O crime teria acontecido após uma briga entre Eugênio e Clara. Segundo a polícia, o casal usou drogas dentro do apartamento. “Nós encontramos evidências do consumo de drogas”, apontou a delegada. Uma testemunha teria afirmado que o homem pediu ajuda para ocultar o cadáver. “Ele, inclusive, teria pensado em esquartejar o corpo e tirá-lo de lá em um carrinho de supermercado. Ele tentou conservar o corpo inclusive deixando o ar condicionado ligado direto”, comentou. 
O suspeito está preso no Centro de Detenção Provisória de Pirangi, na zona sul da capital, por força de um mandado de prisão temporária de 30 dias. Ele permaneceu calado durante o depoimento na manhã desta sexta-feira (27). “Acreditamos que foi uma estratégia da defesa. É um direito dele.”, comentou o delegado Odilon Teodósio, que é diretor da Polícia Civil da Grande Natal.
Delegados deram entrevista na tarde desta sexta-feira (26) em Natal. (Foto: Igor Jácome/G1)Delegados deram entrevista na tarde desta
sexta (26) em Natal. (Foto: Igor Jácome/G1)
Ainda de acordo com os delegados, a polícia chegou ao local onde o suspeito estava por causa da denuncia de amigos da família que ajudaram o suspeito a comprar a passagem do ônibus que o levou ao município de Feira de Santana, na Bahia. “Ele estava sem dinheiro e foi ajudado por essas pessoas, que são amigos da famnília. Mas logo que eles souberam do crime, procuraram a polícia”, relatou a delegada.
O caso
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte identificou o corpo de Clara Rubianny Ferreira na segunda-feira (22).  Ela tinha 26 anos e era natural de Caruaru, em Pernambuco. Uma tatuagem na perna possibilitou a identificação da vítima, conforme explicou o chefe de investigação da 15ª Delegacia de Polícia, Edson Barreto.
Clara foi achada enrolada em lençois e sacos plásticos. Um fio elétrico estava em volta do pescoço da vítima. De acordo com o chefe de investigação da 15ª DP, alguns vestígios achados no local do crime indicam que houve consumo de drogas no quarto onde a vítima foi encontrada. "Achamos um prato e uma gilette, que normalmente são usados para esquentar e separar cocaína", ressalta. Um exame toxicológico solicitado ao Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep) deve mostrar se Clara consumiu drogas antes de morrer.
O corpo da vítima foi encontrado após denúncia anônima de moradores de um condomínio de Ponta Negra que reclamavam do mau cheiro vindo do apartamento. Os policiais da 15ª DP arrombaram a porta e acharam o corpo já em decomposição. Antes da descoberta do corpo, Edson Barreto chegou a entrar em contato com o pai de Clara, que mora em Caruaru. "Ele não tinha notícias dela faziam seis dias", conta.
Eugênio Becegato Júnior deixou o prédio por volta das 13h do domingo (21) a bordo de uma Cherokee vermelha e não retornou.
"Segundo as informações que recebemos, o dono do imóvel é paulista de Ribeirão Preto, morava lá há três meses e é usuário de drogas. Nos informaram que ele morava sozinho, mas costumava receber outros usuários de drogas e garotas de programa", explicou o chefe de investigação da 15ª DP.
Edson Barreto revelou que uma denúncia já havia sido recebida na última sexta-feira (19) pela Polícia Militar, que esteve no local, porém teve a entrada impedida pelo dono do apartamento. "Como não tinham mandado, os policiais preferiram não arriscar", ressaltou.




Fonte: G1/RN
Postagem Anterior Próxima Postagem