Acusados de homicídio em Natal, irmãos ex-PMs têm júri popular adiado...


João Maria e Manoel Peixoto são acusados de crime ocorrido em 2008.
A vítima, José Cremildo Fernandes, foi executado a tiros no Bom Pastor.

Do G1 RN

João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão (Foto: Fred Carvalho/G1)João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão, é um
dos acusados (Foto: Fred Carvalho/G1)
A juíza Eliana Alves Marinho, titular da 1ª Vara Criminal de Natal, adiou para o dia 10 de outubro o júri popular que tem no banco dos réus os ex-policiais militares João Maria da Costa Peixoto, o João Grandão, e o irmão dele, Manoel da Costa Peixoto, o Néo. Ambos são acusados de envolvimento no assassinato de José Cremildo Fernandes, executado a tiros em dezembro de 2008 no bairro Bom Pastor, zona Oeste da capital. Na ocasião, o filho da vítima, um adolescente de 13 anos, escapou dos tiros.
Segundo o advogado Marcus Alânio Martins Vaz, que defende os irmãos, o julgamento havia sido agendado para o dia 1º, mas como o promotor do caso só retorna de uma licença no dia 9, a magistrada decidiu aprazar o júri para o dia 10. A nova data do julgamento foi confirmada pelo Tribunal de Justiça e tem início previsto para as 8h, no Fórum Desembargador Miguel Seabra Fagundes, no bairro de Lagoa Nova, zona Sul de Natal.
Para Marcus Alânio, os irmãos são inocentes. “Isso será provado. A única prova que a promotoria tem é o depoimento do garoto, que alega ter ouvido um apelido. A própria Justiça, inclusive, já os absolveu da acusação de tentativa de homicídio do adolescente. Seria uma contradição, uma injustiça, condená-los por este crime. Eles não mataram José Cremildo”, pontuou.
João Grandão, que é ex-soldado, está preso na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, cidade da região metropolitana de Natal. Néo, ex-sargento, encontra-se detido no quartel da PM na cidade de Nova Cruz, a pouco mais de 90 quilômetros da capital.
Os irmãos Peixoto ganharam notoriedade na mídia potiguar em 2005, quando foram apontados pelo Ministério Público como líderes de um suposto grupo de extermínio. Na época, João, Néo e outros 13 policiais foram presos suspeitos de terem executado pelo menos 26 pessoas na Grande Natal. Pouco tempo depois, todos foram postos em liberdade.
Advogado Marcus Alânio Martins Vaz (Foto: Fred Carvalho/G1)Advogado Marcus Alânio Martins Vaz
(Foto: Fred Carvalho/G1)
João e Néo voltaram a ser detidos em 2009, quando se apresentaram espontaneamente à polícia, após serem apontados, também pelo Ministério Público, como autores do homicídio de José Cremildo.
A morte de Cremildo
José Cremildo estava numa motocicleta com o filho quando foi assassinado a tiros. O crime aconteceu no dia 26 de dezembro de 2008 em frente a uma borracharia na avenida Napoleão Laureano (Km 6), no bairro Bom Pastor, zona Oeste de Natal. Segundo as investigações, dois homens, também numa moto, se aproximaram e atiraram na vítima. O filho de Cremildo teria sido poupado.
O Ministério Público afirma que João Grandão e Néo executaram a vítima para se vingar. No mesmo processo, os irmãos também foram acusados pela tentativa de homicídio contra o filho de Cremildo. Desta acusação, ambos foram inocentados.
A vingança contra Cremildo se daria pelo fato de que a vítima teria atentado contra a vida de João Grandão no dia 8 de setembro daquele mesmo ano, quando três homens armados o abordaram em frente da casa da mãe dele, localizada na rua Maceió, em Neópolis, na zona Sul da cidade.
Naquele dia, a Polícia Militar informou que criminosos haviam efetuado 23 tiros contra o carro do ex-PM, sendo que cinco o atingiram. Dois acertaram os braços, uma bala penetrou a região lombar e outros dois disparos atingiram a perna esquerda. No revide, João Grandão acabou matando um dos indivíduos. Dos dois que conseguiram escapar, apenas José Cremildo foi identificado e reconhecido por João.
G1 RN
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