25/09/2013 17h16
- Atualizado em
25/09/2013 17h30
Audiência de instrução e julgamento foram iniciados nesta quarta (25).
Vanessa Ricarda foi espancada dentro de um motel no dia 14 de fevereiro.
Corpo de advogada foi enterrado em Parelhas
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
O soldado chegou a ser licenciado pela junta médica da Polícia Militar no início do mês para se submeter a um tratamento de saúde mental. No entanto, para o magistrado, o quadro de insanidade do acusado não foi comprovado. Na decisão, o juiz destaca que em mais de seis anos de trabalho como policial militar, Gleysson Araújo nunca precisou ser afastado para se tratar de nenhum problema relacionado à saúde mental.
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De acordo com o juiz Ederson Solano, o fato do policial ter ensino
médio completo, já ter cursado durante certo tempo o ensino superior e
ter sido aprovado em concurso público de "significativa dificuldade"
pesam contra a instauração do incidente de insanidade mental. O
magistrado ressalta também que o acusado "sequer soube dizer qual o
distúrbio que em tese o acometia, mesmo sendo pessoa de relevante grau
de instrução".- 'Doido ele não é', diz irmã de advogada morta no RN sobre PM acusado
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O juiz Ederson Solano coordena as audiências que podem definir, ainda nesta quarta, se o PM vai ou não à júri popular. O réu e onze testemunhas estão na sala de audiência do Fórum Desembargador José Humberto de Azevedo Barbalho, que fica na rua Ana de Pontes, no Centro de Santo Antônio.
O réu e onze testemunhas foram ouvidas na sala de audiência do Fórum Desembargador José Humberto de Azevedo Barbalho, que fica na rua Ana de Pontes, no Centro de Santo Antônio. Depois de indeferir o pedido, o juiz determinou que as alegações finais da defesa e do Ministério Público devem ser apresentadas por memoriais no prazo de cinco dias para cada.
A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça do RN informou que a expectativa do juiz Ederson Solano é julgar o caso em até 20 dias. Enquanto isso, Gleysson Araújo continuará preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal.
Em depoimento à polícia, o acusado disse que a advogada teria ficado enfurecida com uma ligação que ele havia recebido e tentado agredi-lo. Em razão disso, os dois, “entraram em vias de fato e, durante essa contenda caíram ambos, não lembrando o que ocorreu depois disso”. Gleyson, que está preso desde a noite do assassinato, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima).
"De doido ele não tem nada"
No início do mês, o soldado Gleyson recebeu licença da junta médica da Polícia Militar para que seja submetido a tratamento de saúde mental. Para Vitória Régia de Medeiros, que é irmã de Vanessa e também é advogada, o policial “de doido ele não tem nada”.
Vitória Régia e Gleyson se encontraram durante a audiência de instrução que aconteceu na semana passada em Natal, onde ela prestou depoimento. "Perguntei se estava satisfeito com o que tinha feito, e ele ficou calado, com um ar de riso. Está muito bem obrigado. Muito bem vestido, mais gordo e nem algemado estava", afirma a advogada.
Apesar do tratamento, o policial continua preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal, segundo informou o coronel Francisco Araújo Silva, comandante geral da PM. "Ele recebe atendimento quando necessário, mas não será solto", acrescentou o comandante.
Diante do pedido de insanidade mental formulado pela defesa do acusado, o juiz Ederson Solano Batista de Morais, titular da Vara Única da comarca de Santo Antônio, decidiu que "tal pleito não merece pronto acatamento, uma vez que não há prova de que o réu, sendo servidor público há algum tempo, tenha se afastado de suas funções para tratamento de sua saúde mental, por exemplo”.
O magistrado acrescenta que o pedido de exame pericial só será feito "após a realização do interrogatório do réu, ocasião na qual poderá ser aquilatada a idoneidade da alegação de se tratar de portador de doença mental”.
Familiares e amigos acompanharam o enterro da
advogada (Foto: Anderson Barbosa/G1)
Entenda o casoadvogada (Foto: Anderson Barbosa/G1)
De acordo com a polícia, funcionários do Motel Cactus, onde a advogada Vanessa Ricarda foi espancada, acionaram a guarnição depois que escutaram uma discussão do casal. “Eles ouviram a mulher gritando e nós fomos chamados”, contou o tenente Everthon Vinício, do 8º Batalhão da PM.
Ainda segundo o oficial, o PM foi encontrado na área comum do prédio onde funciona o motel. O tenente contou também que Gleyson apresentava sinais de embriaguez e manchas de sangue pelo corpo. “Ele vestia somente um short, que estava todo sujo de sangue”, afirmou.
Ao entrarem no quarto, os policiais encontraram a advogada desacordada e ensanguentada. “O rosto dela estava bastante desfigurado e os objetos do quarto revirados”, relatou o delegado Everaldo Fonseca.
O policial, preso em flagrante, encontra-se detido no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal.
Já a advogada, foi inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil em 2011, segundo a própria OAB no RN. O corpo dela foi enterrado no dia 15 de fevereiro, no cemitério público da comunidade de Santo Antônio da Cobra, distrito a 18 quilômetros de Parelhas, na região Seridó.
G1 RN