Mais um preso da ex-Máfia é suspeito de outros crimes...


Publicação: 19 de Fevereiro de 2014 às 00:00

À medida que as investigações evoluem, a Polícia Civil descobre mais fatos sobre o passado recente de cada um dos dez presos na Operação “Clássico Rei”, deflagrada na última quinta-feira, trazem à tona suspeitas de participação de alguns deles em outros crimes. Além de Victor Vinícius, suspeito de ter assassinado o torcedor abecedista Flávio Augusto da Costa Leandro; e Maurício Mardrey, principal suspeito da morte do também torcedor Ismael Aprígio Teixeira, na zona Norte de Natal, agora Rubson Rafael Silva de Oliveira, 25 anos, também é apontado pela polícia como sendo autor de um homicídio em Parnamirim.

Rubson  já teria sido inclusive reconhecido por uma testemunha e chegou a confessar a autoria do assassinato, segundo o chefe de investigação da 10ª Delegacia de Polícia, Eduardo Coutinho. A informação foi confirmada pela delegada Alzira Veiga, titular da mesma DP. “O Rubson e o Maurício têm grandes indícios de participação em outros crimes”, afirmou o agente.Todos os presos durante a operação são integrantes da torcida organizada do América “Tradição, Motivação e Vibração” – TMV (ex-Máfia Vermelha).

Maurício, conhecido como “Cupim”, é apontado como o executor do torcedor alvinegro Ismael Aprígio, de 18 anos, na noite do último dia 15 de novembro. Ele foi reconhecido após ter sido preso na operação, por formação de quadrilha, porte ilegal de arma e uso de armamento exclusivo das forças armadas. Ainda recaem sobre o rapaz de 21 anos a suspeita de um homicídio no município de Extremoz, na Grande Natal.

Ele ainda não confessou, segundo repassou o chefe de investigação, mas testemunhas já o reconheceram. Cupim ainda é alvo de suspeitas de ter matado o lutador Guilherme Kioto, em Nova Parnamirim. Mas apesar dos indícios, os investigadores ainda tratam a informação com cautela.

“É preciso que se reúna provas concretas e técnicas que apontem para ele. O que existe é uma suspeita apenas, tendo em vista que a pessoa morta em Nova Parnamirim foi por calibre 9 milímetros, mesmo tipo de arma apreendida na operação. Já na zona Norte há uma suspeita de ele ter participado de homicídios lá. O processo já existe, já houve denúncia. Agora ele deve permanecer preso”, relatou Eduardo Coutinho.

Na “Clássico Rei”, além das prisões, a polícia apreendeu duas pistolas, um revólver calibre 38 e munições. As prisões ocorreram em Cidade Satélite e Neópolis, bairros da zona Sul da capital. Até agora, ninguém confessou ou colaborou com a polícia. “O Victor, no momento da abordagem na operação chegou a confessar, mas quando chegou à delegacia, ele negou. Os outros, presos com as armas, um armamento considerável, também não falam”, comentou Coutinho.

Exame de Balística
Apesar de não haver nada concreto, há a possibilidade de que o assassinato de Flávio e a morte de Ismael tenham ligação. Segundo Eduardo Coutinho, exames de comparação balística já foram solicitados para averiguar se os projéteis encontrados no corpo das vítimas são da mesma arma. Hoje, as pistolas 380 e 9 milímetros devem ser encaminhadas ao Instituto Técnico-científico de Polícia do RN (Itep/RN) para exames de balística.

Eduardo Coutinho disse que,em depoimento, Victor Vinícius relacionou os últimos atentados sofridos por torcedores americanos desde a inauguração do Estádio Arena das Dunas, no dia 26 de janeiro deste ano com as mortes de Flávio e Ismael. As suspeitas são de que os torcedores presos na operação “Clássico Rei” cometeriam atentados naquela quinta-feira à noite, dia de jogo entre ABC e Potiguar de Mossoró, no Estádio Frasqueirão.

“Você acha que aquele pessoal estava com o armamento todo para que? Naquela quinta-feira à noite teria um jogo do ABC. Dois carros, armamento e munição a vontade, quem garante que não haveria atentados em resposta aos sofridos recentemente na Arena das Dunas?”, ponderou o agente.

Dos cinco mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça para a “Clássico Rei” um ainda não foi cumprido. Trata-se de um homem suspeito de estar no veículo utilizado no momento do crime que tirou a vida de Flávio Augusto. Porém, segundo informou Eduardo Coutinho, após a operação, o torcedor teria saído do Estado para não ser preso. “Ele é conhecido como Júnior Playboy e já foi presidente da Máfia”, adiantou o investigador.Ainda há outro suspeito solto. Mas a polícia não possui mandado contra ele. 

Tribuna do Norte
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