11 de novembro de 2014, um dia para não se esquecer!
"No último dia 11, o Soldado
Alexsandro, de folga, ao se deslocar à Agência dos Correios da cidade de Major
Sales não sabia que ali iria ser cerceada a sua vida.
O vídeo que rodou as redes
sociais, onde todos tentam explicar o que poderia ter sido feito pelo policial
para evitar a sua morte, ganhou uma versão estendida e mostra o pós-combate
entre o criminoso e o policial
O que chama a atenção não é
a ação em si, o confronto entre o Soldado e o bandido, mesmo por que os ditos
“especialistas” em combate urbano, abordagem etc, irão mencionar inúmeras
possibilidades do que poderia ter sido feito ou não pelo PM ao ser puxado para
dentro da Agência dos Correios pela camisa por um dos bandidos.
O que chama a atenção nesse
vídeo é justamente o pós-combate, a reação das pessoas após o confronto que
estavam sendo mantidas no local pelos bandidos e que o policial tentaria, como
foi prometido em seu juramento, manter a segurança da comunidade, mesmo com o
risco da própria vida. E, de fato, foi o que lhe custou: a vida.
Por vezes eu assisti o vídeo
e tentei explicar o por quê de o policial durante mais de quatro minutos ficar
caído no chão, com pessoas entrando e saindo – curiosos de verem alguém tentar
lutar pela vida, sem qualquer reação de assistência. O pior, a reação daqueles
que presenciaram e, após o conflito, saíam – talvez para esquecer que ali
estava uma pessoa que, por alguns segundos tentou lhes salvar. No vídeo, o PM
fica ao chão, após receber vários disparos, mas as pessoas apenas saem e
ignoram que uma pessoa sangrava em prol de um ideal: justiça.
Após o trânsito de cinco
pessoas, eis que surge um funcionário da agência e volta para tentar chamar
ajuda. Talvez devêssemos nos acostumar com tamanha banalidade, de vermos
pessoas sangrar e apenas assistirmos. A banalidade da violência começa quando
deixamos de nos indignar com cenas como a do vídeo. Eu ainda me indigno."
Glaucia Paiva
Nota do Blog:
REVOLTANTE! Não há palavras para descrever tamanha ausência de humanidade diante das imagens.
Um
guerreiro que jurou lutar pela Justiça e proteger a sociedade com o
risco de sua própria vida, e assim o fez até o fim, vê-se abandonado por seus
tutelados, largado à sorte enquanto aqueles apenas se dão ao trabalho de
lhe ver sucumbir.
Faz-nos pensar: Pelo que lutamos? Por quem lutamos? Pelo Estado, o qual nos vê apenas como número? Pela sociedade, a qual em sua maioria apenas nos critica e satiriza quanto cobramos o cumprimento da Lei Seca, da Maria da Penha, ou de tantas outras, ou ainda, que parece apenas nos querer por perto quando é vítima da violência e que em outros momentos nos quer bem distantes?
Há uma inversão completa de valores! A própria Justiça que por diversas vezes mais preocupa-se em nos fiscalizar e fecha seus olhos para nossas dificuldades de trabalhar.
Quem é o mocinho e quem é o bandido na história?
SOMOS NÓS SOCIEDADE. NÓS POLICIAIS SOMOS OS MOCINHOS. NÃO ESQUEÇAM!
Ps.: Agradeço ao funcionário dos Correios, E SÓ A ELE, por ter estendido a mão a nosso irmão Alexsandro em sua hora final.
Sd Lira