Jogador do flamengo, é indiciado pela polícia por estelionato e organização criminosa

O jogador do Flamengo Luiz Antônio de Souza Soares foi indiciado, na manhã desta sexta-feira, por fraude securitária (estelionato) e organização criminosa. O inquérito foi apurado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE). As investigações apuravam um possível envolvimento do jogador, do seu pai, Luiz Carlos Francisco Soares, e do policial civil Alexandre da Rocha Antunes, o Sérgio Preto, com uma quadrilha de milicianos.


O trio já foi denunciado pelo Ministério Público. A Draco chegou a fazer o pedido de prisão do jogador e de seu pai, porém, a Justiça ainda não acatou.
O advogado Michel Assef Filho, que representa o jogador no processo, informou que vai conversar com Luiz Antonio e verificar no fórum qual foi a fundamentação para a denúncia:

- O inquérito é um procedimento privado. Agora o Luiz vai poder se defender. Tive acesso apenas à decisão. Cabe ao Luiz provar a inocência dele e, se eu ficar no caso, será representando o atleta e não o clube.



De acordo com a polícia, para sumir com o veículo, o jogador e o pai teriam entregue a caminhonete a milicianos da Zona Oeste. O veículo teria sido dado de presente a Marcos José de Lima Gomes, o Gão, um dos chefes da principal milícia da Zona Oeste do Rio.
Luiz Carlos ainda não foi comunicado sobre a denúncia.

- Estou saindo de casa, indo para o meu trabalho. Não estou sabendo de nada. Me desculpe, mas não posso falar agora - disse o pai do jogador, Luiz Carlos Francisco Soares.
O vice-jurídico do Flamengo, Flávio Willeman, disse que o clube vai dar apoio ao jogador até que se prove a culpa. Luiz Antônio não será afastado:

- Vamos dar apoio psicológico e material, mas não há condenação. Ele afirma ser inocente e tem que resolver isso na esfera pessoal. Se ficar provado o crime, o Flamengo repudia. Mas a princípio aguardará o processo. Ele apenas está denunciado e é preciso provas. O afastamento seria uma punição para alguém que não está condenado.

Agentes da Draco realizaram diligências, na manhã desta sexta-feira, de busca e apreensão na residência do jogador e em outros endereços já utilizados pelo atleta. Foram encontrados, em posse de novos moradores de um desses endereços, no Recreio dos Bandeirantes, uma quantidade ainda não contabilizada de ecstasy, maconha, cocaína e metilenodioximetanfetamina, substância utilizada em raves e festas, conhecida como MD ou MDMA. Também foram apreendidas notas de euro, reais e material para venda de droga, além de anotações sobre distribuição e fornecimento das mesmas. As quatro pessoas encontradas no imóvel foram presas em flagrante. De acordo com a polícia, porém, elas não possuem ligação entre si nem com o atleta.

Escutas mostram tentativa de golpe
Por meio de escutas, agentes da Draco descobriram que o pai de Luiz Antônio pretendia, através de seu advogado, fraudar uma acareação com o policial civil Alexandre da Rocha, preso acusado de pertencer à maior milícia do Rio. Segundo as investigações, para dar sumiço ao veículo, Luiz Antônio, com o auxílio de seu pai, entregou o carro a milicianos da Zona Oeste.
Após a prisão de Alexandre, em agosto do ano passado, a polícia planejava fazer uma acareação entre o pai do jogador e o miliciano. Uma escuta obtida pelo EXTRA revela que o pai do jogador, Luiz Carlos Francisco Soares, combinou as versões que seriam dadas por ele e por Alexandre na acareação.

"E aí, o que eu vou fazer?", pergunta Luiz Carlos ao advogado.
"Tu vai para a acareação, mas só que eu vou fazer o seguinte (...). Eu vou entrar em contato com ele (Alexandre Antunes), entendeu? Vou lá (no presídio) dele na segunda- feira (...). O que eu falar com ele é o que vai ser feito, é o que você vai falar e você vai saber depois", afirma o advogado.

Segundo o titular da Draco, delegado Alexandre Capote, o diálogo sobre a acareação "só comprovou a ligação entre os três, que precisaram combinar as versões":

— O tombo do seguro foi combinado entre o jogador, seu pai e o Alexander Medeiros, tanto que o registro de ocorrência de roubo foi feito pelo próprio Alexander na 35ª DP (Campo Grande), conforme ficou registrado no sistema da Polícia Civil. O jogador mentiu ao afirmar que havia feito o registro na 42ª DP (Recreio).


Fonte: Extra

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