Polícia conclui que tráfico construiu piscina em praça pública

Uma investigação de mais de um ano da 27ª DP (Vicente da Carvalho) concluiu que o ex-chefe do tráfico do Juramento, Flavio Silva Mendonça, o Flavinho — morto em janeiro do ano passado —, financiou a construção de uma piscina em formato oval numa praça pública dentro da favela, na Zona Norte do Rio.
O inquérito foi aberto em dezembro de 2014, quando o EXTRA revelou a construção da piscina — que, desde a sua inauguração, dois meses antes, vinha roubando água das casas dos moradores do entorno. Ao todo, foram presas 27 pessoas envolvidas com o tráfico no Juramento durante operação da distrital ontem.

Entre os presos, está o então presidente da Associação de Moradores do Morro do Juramento, Sebastião Jorge Fortunato, apontado como responsável por cumprir as ordens de Flavinho e construir a piscina no meio da Praça Cotegi, localizada atrás de uma escola municipal. Segundo o delegado Felipe Curi, titular da 27ª DP, o líder comunitário cobrava uma taxa mensal de R$ 10 dos moradores para a manutenção da piscina — abastecida com 130 mil litros por um gato d’água, que ligava a instalação à tubulação da favela —, além de repassar para os bandidos 10% do valor de cada casa vendida na comunidade.
Após a morte de Flavinho e da invasão da favela por um grupo rival, em janeiro de 2015, Fortunato, segundo o inquérito, fugiu da favela e se instalou no Juramentinho.

— Quando a favela foi invadida, a nova facção que passou a ocupar o local expulsou Fortunato e pôs, em seu lugar, uma nova presidente, que continuou fazendo eventos e cobrando pelo acesso ao local. Parte deste dinheiro abastecia o tráfico — explica Felipe Curi.

Adriele Francisca Santos, a “Pepa”, atual presidente da associação, também foi presa. Os agentes da 27ª DP também identificaram como Thiago Henrique Evaristo Torres, o TH, o bandido que aparece, em foto publicada pelo EXTRA, com um fuzil em frente à piscina. TH está foragido.



Fonte: extra

Postagem Anterior Próxima Postagem