Presidente da Anaspra: "Quem está morrendo no Brasil são os praças”

"Quem está morrendo no Brasil são os praças, a maior categoria da segurança pública", sentenciou Elissandro Lotin, presidente da Associação Nacional dos Praças (ANASPRA) em audiência Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (04).

Segundo o presidente, os profissionais da Segurança Pública no Brasil, especialmente os soldados, cabos, sargentos e subtenentes, que formam 75% de toda o setor, “pedem socorro, estão morrendo”. 

Lotim propôs um debate amplo sobre o tratamento dado a área pelo Estado brasileiro, que, na opinião dele, perpassa partidos e ideologias. A negligência, para ele, surge com a própria formação do Brasil. 

“O Rio de Janeiro é comandado há 20 anos pelo PMDB e é o lugar onde mais morre policial. O PSDB está há 20 anos em São Paulo; é um dos salários mais baixos do Brasil. Em Minas Gerais, é o PT; o salário está atrasado. Não tem que discutir partido. Não tem ideologia na morte e no sacrifício dos policiais e bombeiros militares do Brasil e dos trabalhadores de Segurança Pública. Tem classe, a classe pobre, a classe marginalizada. E os praças são marginalizados, inclusive pela sociedade”, falou o representante da Anaspra. 

O presidente disse ainda que, historicamente, os governos do País deixam para a polícia a resolução dos problemas mais graves, que não se consegue resolver no âmbito administrativo. “Isso ocorreu em todos os governos, de todos os partidos, inclusive dos militares, que era ditadura”. 

Mesmo assim, tem-se abandonado a área de Segurança Pública, com a propagação de injustiças. “É inadmissível ter um policial que ganhe R$ 1,2 mil e ter auxílio-moradia de R$ 4,7 mil para boa parte da elite nesse País, inclusive aqui nesta Casa”, mencionou. 

Nesse mesmo debate, Lotin defendeu a federalização dos crimes contra policiais, em face dos números assustadores de casos de mortes desses profissionais. Dados do Fórum Nacional de Segurança Pública apontam que 500 policiais são mortos no Brasil por ano. 

A quantidade de suicídio também impressiona. O presidente da Anaspra destacou que, “em Santa Catarina, 20 policiais se suicidaram em um ano e meio, inclusive dois majores”.

Em vista de todo o exposto, Lotin propôs um debate mais amplo para a Segurança Pública, um debate de valorização do profissional da área, dada a sua importância e a sua função para o País. Ele sugere a construção de um novo modelo de Estado. “O modelo atual é falido”. 

Assessoria de Comunicação das Associações de Praças do RN.


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