Polícia Civil abre inquérito para investigar PMs acusados de negar socorro por falta de gasolina

A delegada titular da 10ª DP (Botafogo), Andrea Menezes, abriu inquérito para investigar dois PMs lotados na UPP Santa Marta por omissão de socorro. A decisão foi tomada após o EXTRA revelar que amigas da doméstica Ana Alves Machado Reimão, de 44 anos, morta após um mal súbito na última terça-feira, acusam os policiais de terem negado socorro à mulher. Segundo o relato das amigas, os PMs alegaram que “o carro estava sem combustível e que eles não tinham autorização para sair do local”. Ana foi levada para a Clínica da Família da favela e morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória.



— Vamos ouvir parentes da vítimas, as amigas dela que testemunharam o fato e também o comandante da UPP para saber a identificação dos policiais — afirmou a delegada.
Horas antes da morte da mulher, PMs de vários batalhões do estado receberam, via rádio, uma ordem para que as viaturas fossem desligadas para economizar combustível.

— Descemos com ela desfalecida até a Praça Corumbá, onde estavam os dois PMs paradas do lado da viatura. Eles não estavam nem aí. Disseram que a viatura estava sem combustível e que não foram autorizados a sair do local com o carro — afirmou uma amiga de Ana que tentou resgatá-la.
Ontem, durante a cerimônia de posse no Palácio Guanabara, o governador Luiz Fernando Pezão negou a falta de combustível na PM.

— Não faltou em nenhum momento. Estamos em dia com a fornecedora. Houve um problema de logística da fornecedora para chegar nos batalhões. Não temos dívidas com a fornecedora — afirmou Pezão.

Procurada pelo EXTRA para comentar a declaração do governador, a Petrobras Distribuidora, que fornece combustível para a PM, não havia se pronunciado até o fechamento desta edição. Entretanto, na última terça-feira, a empresa enviou uma nota desmentindo a corporação: “a Petrobras Distribuidora informa que não houve interrupção no fornecimento de combustíveis à PM. Todos os pedidos foram automaticamente liberados e seguiram para a programação”.

Sindicância
Os dois PMs que estavam baseados na Praça Corumbá, na Rua São Clemente, no momento em que Ana estava sendo socorrida, são alvo de uma sindicância na PM para, segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, “verificar o motivo de um dos agentes ter alegado falta de combustível na viatura, uma vez que a mesma se encontrava abastecida”.
Em áudio enviado ao WhatsApp do EXTRA, um PM afirma, via rádio, que a ordem para que as viaturas fossem desligadas teria partido do Estado Maior: “segundo determinação do chefe do Estado-Maior, coronel (Claudio) Lima Freire, todos os prefixos do batalhão deverão estar com as viaturas desligadas e com as sinaleiras também desligadas”.


Fonte: Extra
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